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O mito de que o Carnaval faz o ano-novo acontecer

Dizem que, no Brasil, o ano começa somente após o Carnaval. Sou alemão e vim ao Brasil, em 2010, para ficar. No entanto sempre duvidei que essa afirmação fosse verdade. Hoje, com a experiência que conquistei no País e vendo de perto os novos empresários, pude perceber que estava certo pois a engenharia, a logística e o fluxo de trabalho por trás dessa festividade começam com meses de antecedência.

Coisas pequenas, mas essenciais, como o glitter e a purpurina, têm seus preços alterados pela variação do dólar e também têm a produção focada na crescente preocupação em usar produtos biodegradáveis. Produtores de cerveja trabalham para garantir o abastecimento das cidades no Brasil. Todos os empresários dos grandes, pequenos e até dos microcomércios preparam suas gôndolas para se certificarem de ter um espaço para os itens de maior procura nessa data. Não à toa, a 25 de Março, uma das ruas mais frequentadas do varejo nacional, começa o ano já com produtos como fantasias, máscaras e todos os possíveis adereços da época, chamando a atenção para o que está por vir. A verdade é que o comércio e a indústria estão em constante renovação para as datas comemorativas que chegam conforme o calendário avança.

O Carnaval é o maior evento popular do Brasil e – ouso dizer – de diversos outros países, uma vez que não encontramos uma nação tão grande geograficamente com uma festa que coloca os cidadãos de praticamente todas as cidades nas ruas com o único propósito de se divertir. E, justamente por conta desse senso de empolgação coletiva, o Carnaval é uma ótima oportunidade para impulsionar as vendas, tanto nas grandes corporações (como no caso das cervejarias), quanto no pequeno e micronegócio (como no caso das lojas da Rua 25 de Março).

É notável e, cada vez que me inteiro mais do dia a dia do empresário consumidor no Brasil, fica mais evidente que as pessoas que estão à frente dos comércios estão se planejando com mais antecedência. Isso acontece porque datas sazonais como essa são muito eficientes para impulsionar as vendas. A expectativa, inclusive, muitas vezes é superada pelo resultado final nos negócios que se preocupam em planejar finanças, marketing e operações.

Uma das coisas de que mais gosto do Carnaval é a possibilidade de o empresário também entrar na brincadeira, quando se trata de campanhas de publicidade de seus produtos e serviços. Isso auxilia ainda mais quem souber utilizar a criatividade aliada à identidade do negócio para chamar a atenção dos consumidores e atrair mais vendas.

Já quando o assunto é racionalizar as melhores estratégias de organização dos produtos dentro da empresa ou organizar as finanças, não é possível se deixar levar tanto pela descontração, portanto o ideal é que isso seja pensado antes mesmo dos primeiros blocos pré-Carnaval saírem à rua – exatamente o que identifico como sendo o costume dos comerciantes e empresários brasileiros.

Preocupações como gestão de estoque, fluxo de caixa e previsões de rentabilidade com base na expectativa de vendas não são tarefas simples. Por isso mesmo, muitos empreendimentos estão, cada vez mais, investindo em sistemas multiplataformas. Eles auxiliam no controle diário da movimentação da empresa e proporcionam uma visão clara da saúde do negócio para a elaboração de metas e objetivos mais assertivos e alinhados com a realidade.

A ideia de que os brasileiros começam a trabalhar após o Carnaval é datada e nada efetiva. A verdade é que os planejamentos – e os trabalhos – nunca acabam e sempre se renovam. As passagens de ano são meras formalidades, presas única e exclusivamente a dias contados no calendário. Os negócios – e o tempo – não param.

Por Lars Leber, country manager da Intuit Brasil

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