Pesquisa realizada pela plataforma de busca e comparação de softwares Capterra revela falhas de segurança no teletrabalho: metade utiliza dispositivos pessoais e apenas 31% diz que sua empresa adotou políticas especiais de segurança de TI para o trabalho remoto.
Metade dos trabalhadores das pequenas e médias empresas (PMEs) brasileiras que adotaram o home office durante a quarentena utiliza senhas pouco seguras em seus dispositivos. É o que mostra um estudo realizado pela plataforma de busca e comparação de softwares Capterra, uma empresa da Gartner, sobre a segurança da informação no home office. Os dados integram a segunda parte de um levantamento da empresa sobre a adoção do teletrabalho entre as PMEs após a pandemia em que foram ouvidos 481 trabalhadores de todas as regiões do País entre os dias 3 e 4 de abril.
Segundo o estudo, apenas 49% dos trabalhadores afirmam possuir alguma senha altamente segura, com letras, números e caracteres aleatórios; 20% diz adotar códigos com nomes e 13%, com palavras completas, considerados muito inseguros.
Os dados evidenciam o despreparo de muitos trabalhadores com a cibersegurança, questão ainda mais essencial em um momento em que grande parte dos trabalhadores migraram para o teletrabalho.
Segundo o Capterra, 77% das PMEs faziam home office no início de abril, época em que o confinamento atingiu altos índices no país, quando 72% dos brasileiros afirmavam seguir as orientações de ficar em casa, de acordo com o Datafolha.
Ainda segundo o estudo, 46% dos trabalhadores afirmam ter apenas uma senha principal para diversos sites e 49% dizem compartilhar a mesma senha entre contas pessoais e de trabalho.
Hardware e segurança
Apesar de 77% dos trabalhadores terem recebido algum tipo de instrução em segurança cibernética (seja online/presencial, cursos certificados, avaliações antes de lidar com dados ou uma combinação destes), somente 31% diz que a empresa adotou políticas especiais de segurança de TI para o trabalho remoto.
A pesquisa mostra ainda que a chegada repentina da crise também teve um efeito na preparação para questão de segurança dos hardwares pelas PMEs, já que metade dos trabalhadores diz estar usando dispositivos pessoais para o home office.
Segundo a pesquisa, entre os trabalhadores em home office, 55% não costumava realizar atividades em casa antes da pandemia.
“O uso de equipamentos pessoais, combinado com a falta de mecanismos de proteção, pode ter um efeito negativo direto na segurança da informação. Não basta treinar, é preciso equipar e conscientizar os trabalhadores sobre boas práticas”, comenta Lucca Rossi, analista responsável pelo estudo.
Antivírus e nuvem
O estudo mostra também uma alta incidência de trabalhadores sujeitos a ataques externos durante o trabalho remoto.
Com relação à proteção das máquinas, apenas 39% diz ter um antivírus instalado em seu computador e somente 26% afirma fazer login no servidor da empresa por meio de uma VPN.
Além disso, apenas 28% dos entrevistados afirmaram terem subido todos os seus arquivos de trabalho em uma nuvem segura (como Google G Suite ou Microsoft 365, por exemplo).
A questão da segurança deverá estar na pauta das empresas, já que, segundo o estudo, 54% dos que somente agora experimentam o home office dizem querer seguir combinando a modalidade com a ida ao escritório após o fim da pandemia, enquanto 33% afirmam querer mudar para um regime 100% remoto.
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