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“Mesmo difundido, ERP ainda é mais usado para funções básicas”, diz Ernesto Haberkorn

Co-fundador da TOTVS lança a ERP Business School para promover conhecimento na área e desmistificar que a ferramenta só é vantajosa para grandes corporações
“Mesmo difundido, ERP ainda é mais usado para funções básicas”, diz Ernesto Haberkorn

Em menos de 1 mês, executivos C-Level e empresários de empresas de pequeno e médio porte terão disponível a mais nova iniciativa de Ernesto Haberkorn, a ERP Business School. A ideia é mostrar na prática o uso estratégico da ferramenta de gestão e desmistificar que ela só é vantajosa para grandes corporações. “Vamos trazê-las para as pequenas e médias empresas brasileiras. Hoje existem mecanismos que diminuem a probabilidade de se tomar uma decisão errada. A riqueza de informações, a possibilidade de se fazer simulações e o estudo das correlações com os dados do passado fornecidos pelo ERP ajudam nesse sentido. É isso que vamos mostrar”, destaca.

“Hoje, o ERP já é matéria conhecida da maioria dos gestores mas seu entendimento se restringe às funcionalidades básicas de um sistema de gestão”

Empreendedor nato e eterno entusiasta, Haberkorn tem a inovação em seu DNA. Co-fundador da TOTVS, aos 73 anos, o executivo acumula grandes conquistas em sua trajetória. Além de 14 livros publicados na área de TI, ele foi um dos criadores da linguagem AdvPL (Advanced Protheus Language) e do sistema Protheus, desenvolveu o ERPFlex, software que oferece as melhores práticas de gestão para pequenas e médias empresas e fundou a TI Educacional, escola de cursos profissionalizantes na área de TI. Também atuou como presidente da ASSESPRO Nacional – Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação, Software e Internet.

Em entrevista para a Infor Channel, Haberkorn fala sobre os objetivos da sua nova empreitada, que além de conhecimento, tem o objetivo de promover a aproximação dos executivos da área. “O curso visa transmitir conhecimento, pratica-lo, dar exemplos com casos reais e também desenvolver o networking entre os participantes”, diz. O primeiro curso da ERP Business School, sob o tema Gerenciabilidade, será realizado entre os dias 06 e 08 de outubro, no SPaventura Ecolodge, em Ibiúna (SP).

O que falta hoje ao gestor corporativo que o curso pode complementar?

Aí depende do gestor. Para alguns faltam conhecimento técnico do mecanismo de uma empresa, tais como legislação tributária e trabalhista, contabilidade, mecanismos de controle, operações financeiras, processos de produção e principalmente sobre como tomar a decisão correta diante de um problema. E essa última questão é a mais complexa. Mas, hoje, existem mecanismos que diminuem a probabilidade de se tomar uma decisão errada. A riqueza de informações, a possibilidade de se fazer simulações e estudar as correlações com os dados do passado fornecidos pelo ERP ajudam nesse sentido. É isso que vamos mostrar. O uso dessas ferramentas já é comum nas grandes corporações, principalmente nos países do primeiro mundo. Vamos trazê-las para as pequenas e médias empresas brasileiras, que delas necessitam mas tem dificuldades de conhecê-las e implementá-las.

Big Data, Nuvem, IA. Tomadores de decisão, cada vez mais, se veem pressionados a saber tudo sobre as novas tecnologias disruptivas. Como o curso aborda esse lado?

Se formos analisar, sempre vivenciamos novidades. Houve a época da chegada dos enormes computadores, depois o tele processamento, na década de 90 a computação em larga escala através dos microcomputadores, logo depois a Internet e, agora, os smartphones, a computação na nuvem e também a IA, Big Data, Machine Learning, Bitcoin, Internet das coisas, Reconhecimento de Voz e Imagens, etc, etc. Mostraremos como tudo isso funciona, quais os seus princípios, no que e como podemos utilizá-los. Alguns serão amplamente utilizados. Outros, como muitos no passado, simplesmente desaparecerão.

Na sua opinião, o mercado entende bem o conceito de uso de um ERP?

Hoje o ERP já é matéria conhecida da maioria dos gestores mas seu entendimento se restringe às funcionalidades básicas de um ERP: emissão de nota fiscal, contabilidade, folha de pagamento, pagamentos e recebimentos, fluxo de caixa, controle de estoque e custos. O ERP, no entanto, pode fornecer muito mais. Principalmente com as novas tecnologias que estão surgindo. Pode ajudar na estratégia da empresa indicando, por exemplo, quais os produtos  mais rentáveis, indicar o preço de venda que maximize o lucro, analise de variações em relação a um padrão estabelecidos,  tomar automaticamente decisões que antes precisavam de uma intervenção pessoal.

Como os 8 pilares do ERP podem contribuir para a gestão?

Os 8 pilares resumem as principais preocupações que devem ser consideradas pelos gestores de uma empresa. Kaplan e Norton definiram no Balanced Scorecard 4 pilares: pessoas, processos internos, clientes e financeiro. Nós apenas agregamos mais 4: produto, suprimentos, tributos e controles. E, claro, cada um com seus desdobramentos. Na verdade, definir GESTÃO não é fácil, pois é um conceito extremamente amplo. Daí a dificuldade de ensinar as melhores práticas. O que fazemos é analisar casos reais, simular situações com muitos exemplos e praticar com dinâmicas situações que mostre aos participantes o que de fato funciona. Usando dados e técnicas de Pesquisa Operacional.

Com acha que as pessoas formadas no curso podem contribuir para o mercado corporativo e a comunidade de TI no Brasil?

O curso visa transmitir conhecimento, pratica-lo, dar exemplos com casos reais e também desenvolver o networking entre os participantes. Por isso fazemos o treinamento no SPAventura. Lá conseguimos aproximar as pessoas, em atividades realizadas nos intervalos que, sem dúvida, selam muitos relacionamentos produtivos entre eles.

Tem intenção de ampliar a iniciativa para outras regiões do Brasil? E para fora?

Isso depende da demanda. Esta semana realizamos treinamentos do Circuito NETAS em Maceió e Vassouras. A expansão geográfica sempre será uma meta para nossas empresas, pois demonstra que estamos no caminho certo.  Trabalhamos com um único objetivo: ajudar as pessoas a atingirem seus objetivos. E tudo que possa contribuir para que mais pessoas sejam beneficiadas, é bem-vindo.

Tem uma trajetória inspiradora para muitos profissionais do mercado. Como usará essa inspiração no curso e que tipo de líderes a escola pretende formar?

Isso não conta. Não resolve o problema. O que conta é uma boa preparação do conteúdo (dividimos o treinamento em 4 módulos e, se necessário for, outros serão criados), traremos profissionais especializados que certamente somarão muito mais do que poderíamos imaginar, analisaremos as necessidades de cada participante, ouviremos as críticas para não repetir os mesmos erros, enfim, queremos ter o prazer de encontrar ex-alunos que nos alegrem dizendo: Depois que fiz o curso, meu negócio cresceu e hoje é uma grande empresa!

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