book_icon

Maioria das empresas pagaria mais por 5G, revela Gartner

Estudo aponta que comunicação via Internet das Coisas é esperada como uso mais comum do 5G
Maioria das empresas pagaria mais por 5G, revela Gartner

A maioria das empresas estão dispostas a investir para usufruir da tecnologia 5G. Segundo estudo global do Gartner, 75% das organizações usuárias finais pagariam mais por internet móvel 5G. Somente 24% dos entrevistados disseram que continuariam a utilizar 4G. O levantamento foi realizado com mais de 200 líderes de empresas de TI do Círculo de Pesquisas do Gartner no segundo trimestre de 2017 para entender como a demanda por 5G está crescendo e os planos de adoção dessa tecnologia.

A 5G é vista principalmente como uma evolução de rede (59%) e, secundariamente, como facilitadora de negócios digitais (37%)

“Os respondentes da indústria de telecomunicações são mais propensos a aceitarem pagar mais do que aqueles de outros setores”, diz Sylvain Fabre, diretor de Pesquisas do Gartner. “As organizações que são usuárias finais nas áreas de manufatura, serviços e governo, por exemplo, são menos propensas a pagarem um valor mais elevado por 5G do que companhias de Telecom, que estão dispostas a pagar um extra para uso interno do 5G.”

Nesse contexto, criam-se oportunidades para os provedores de serviços, que além de oferecer melhores preços para as indústrias em que os usuários estão menos convencidos dos benefícios do 5G para os negócios, podem agregar valor à proposta. O Gartner alerta no estudo que os Communications Service Providers (Provedores de Serviços de Comunicação – CSPs) devem criar propostas de valor que instiguem os clientes a começarem projetos de migração para o 5G mais cedo.

Apesar da maior parte dos entrevistados achar que suas organizações estão preparadas para pagar mais pelo 5G, poucos (8%) esperam que o 5G reduza custos ou aumente o rendimento. Essa tecnologia é vista principalmente como uma evolução de rede (59%) e, secundariamente, como facilitadora de negócios digitais (37%). A pesquisa também revela que os respondentes do setor de telecomunicações são menos persuadidos do que aqueles de outras indústrias sobre a capacidade do 5G de aumentar a receita. “Eles tendem a ver a tecnologia como uma questão de gradual e inevitável mudança de infraestrutura, em vez de uma oportunidade para gerar nova receita”, diz Fabre.

IoT como uso número 1 para o 5G

A pesquisa aponta que quase metade dos entrevistados pretende utilizar 5G para acessar vídeos e recursos fixos wireless. Mais interessante é que, no entanto, a maior parte dos entrevistados (57%) acredita que as principais intenções de suas organizações são de utilizar o 5G para suportar a comunicação com a Internet das Coisas (Internet of Things – IoT).

“Essa descoberta é surpreendente, já que o número de ‘coisas’ no mercado que precisam de conexão móvel não excederá a capacidade de tecnologias móveis IoT antes de 2023 na maior parte das regiões”, afirma o analista. “E mesmo quando completamente implementado, o 5G apenas será necessário para uma parcela muito pequena dos casos de uso de IoT que requerem a combinação de altas taxas de dados e latência muito baixa. Além disso, o 5G não estará pronto para servir comunicações massivas entre máquinas ou comunicações de baixa latência e ultra confiáveis até o começo de 2020.” Esses resultados também podem ser um sinal da confusão envolvendo a aplicabilidade do 5G, já que muitas alternativas bem estabelecidas e menos caras já existem para conectividade wireless IoT – o uso de Wi-Fi, ZigBee ou Bluetooth, por exemplo, evitariam a complexidade e o custo associados a comunicações móveis.

Um provável grau de incompreensão também é aparente na crença expressa pela grande maioria dos entrevistados (84%) de que o 5G estará disponível em larga escala até 2020. Em contraste, os planos dos CSPs indicam que esse nível de disponibilidade não deve ser atingido antes de 2022.

O Gartner prevê que, até 2020, apenas 3% dos CSPs donos de redes móveis do mundo terão lançado a rede 5G de forma comercial. “Apesar de equipamentos comerciais de rede compatíveis com os padrões 5G poderem já estar disponíveis em 2019, a implementação de redes e serviços 5G feitas pelos CSPs antes de 2019 provavelmente usarão equipamento pré-padronização”, complementa Fabre.

As organizações de marketing dos CSPs precisam de projetos realísticos para cobertura 5G e performance característica para que possam se comunicar com os consumidores de forma precisa. Elas também precisam publicar planos claros de implementação do 5G para os anos 2019 a 2021 para ajudar os inovadores a entenderem quando e onde o 5G estará disponível para aplicações IoT.

As opiniões dos artigos/colunistas aqui publicados refletem exclusivamente a posição de seu autor, não caracterizando endosso, recomendação ou favorecimento por parte da Infor Channel ou qualquer outros envolvidos na publicação. Todos os direitos reservados. É proibida qualquer forma de reutilização, distribuição, reprodução ou publicação parcial ou total deste conteúdo sem prévia autorização da Infor Channel.