“Inteligência artificial não se trata apenas de tecnologia, é estratégia”. A frase foi enfatizada pela gerente-geral da IBM América Latina, Ana Paula Assis, durante encontro com jornalistas e analistas no evento anual da multinacional, o IBM Think, que ocorre nesta semana em São Francisco (EUA). “Existe uma disputa no mundo pela liderança em IA”, destacou, acrescentando que a IBM baseou em quatro pilares — acelerar, escalar, integrar e capacitar — a expansão de IA e segue com o objetivo de preparar as empresas para ser cada vez mais digitais, cognitivas e conseguirem extrair valor dos dados que têm.
IBM Watson é a plataforma de inteligência artificial da companhia. A plataforma, que reúne diversas tecnologias, aprende a linguagem e as nuances das indústrias e profissionais, é fruto de cerca de décadas investindo em pesquisas. A executiva lembrou que a IBM é líder mundial em patentes, inclusive, no campo de IA.
A IBM diz que contabiliza 150 casos reais de empresas que anunciaram publicamente que o Watson está transformando seus negócios. Como exemplo, a multinacional destacou que os assistentes virtuais estão ajudando os principais bancos, como Bradesco, Banco Original, Banco do Brasil, Santander Rio, ICBC Argentina etc., e seguradoras da região a aprimorar a interação com clientes e funcionários.
“Para avançarmos não podemos ficar solitários”, disse Assis, minutos antes de anunciar um acordo de investimentos de USD 10 milhões para os próximos de dois a dez anos entre a IBM e a Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) para a criação de um centro de pesquisa em engenharia em inteligência artificial no Brasil. As pesquisas serão aplicadas a diferentes segmentos do mercado, com foco em recursos naturais, agronegócio, meio ambiente, finanças e saúde, com o objetivo de fomentar avanços científicos significativos sobre o potencial da IA.
Pelo acordo, a IBM entrará com USD 5 milhões e a outra metade caberá à Fapesp. Além disto, será lançado nos próximos dias um edital para chamar universidade (ou um consórcio de universidades) para investimento de outros USD 10 milhões, mas não em dinheiro e sim em infraestrutura, mão de obra etc. O objetivo é chamar propostas para que grupos de pesquisadores em universidades e institutos de pesquisa possam apresentar projetos e ideias para tornarem-se parceiros na formação do centro. A universidade selecionada irá conferir um aumento no valor investido pela IBM e Fapesp e será responsável pelas instalações físicas, laboratórios, professores, técnicos, administradores para gerir o centro, entre outros. As propostas selecionadas serão anunciadas até abril de 2019 com foco em diversas áreas, incluindo algoritmo de IA, aplicações industriais de IA e IA em português.
De acordo com ambas as entidades, esta será a maior parceria do Brasil entre uma empresa de TI e o setor acadêmico para a colaboração em IA e reunirá o conhecimento de cientistas, professores e estudantes para a realização de pesquisa e projetos conjuntos. O Centro de IA também será o primeiro da América Latina a fazer parte do IBM IA Horizons Network (IAHN), criado em 2016 para promover a integração e colaboração entre as principais universidades do mundo, estudantes e pesquisadores da IBM comprometidos em acelerar a aplicação de IA a alguns dos maiores desafios globais, como assistência médica, processamento e reconhecimento de imagem, aprendizado de máquina, processamento de linguagem natural e tecnologias relacionadas
Leia nesta edição:
CAPA | TECNOLOGIA
Centros de Dados privados ainda geram bons negócios
TENDÊNCIA
Processadores ganham centralidade com IA
TIC APLICADA
Digitalização do canteiro de obras
Esta você só vai ler na versão digital
TECNOLOGIA
A tecnologia RFID está madura, mas há espaço para crescimento
Baixe o nosso aplicativo