As empresas latino-americanas já estão preparando suas estratégias de recuperação pós-pandemia e querem acelerar seus planos de digitalização para impulsionar os negócios de forma rápida, abrindo uma janela de oportunidades para as empresas de TI. Foi isso o que os participantes do IDC Tech CMO Forum 2020, realizado virtualmente em agosto pela IDC, ouviram de especialistas. “As empresas optaram por acelerar a digitalização como algo imperativo para acelerar a velocidade dos negócios e, portanto, a agenda dos CIOs está centrada no futuro da empresa”, disse Ricardo Villate, vice-presidente da IDC América Latina.
Levantamento realizado pela IDC e apresentado no evento mostrou que uma em cada duas empresas da América Latina está mudando a forma de interagir com seus clientes, expandindo seus serviços online, por meio de áreas como inteligência e analytics. E mais de 60% dos entrevistados afirmaram estar expandindo sua cadeia de suprimentos com novos parceiros. Três em cada cinco empresas estão habilitando digitalmente suas operações, aumentando a automação e rastreabilidade para aumentar as opções de autoatendimento e reduzir o contato entre as pessoas.
Perspectivas locais
No caso da indústria de manufatura mexicana, a maior da região, Edgar Fierro, vice-presidente e diretor geral da IDC México, mencionou que as organizações buscam maior integração em toda a cadeia de valor na nuvem para trabalhar em plataformas abertas e reduzir erros. Elas também buscam maior automação de seus processos para atender às demandas do novo acordo de livre comércio com os Estados Unidos e Canadá, que deve gerar uma rápida recuperação das empresas.
No Brasil, o setor financeiro, o maior da América Latina e um dos principais investidores em TI do País, tem se concentrado em ser mais resiliente e acelerar sua Transformação Digital para competir e colaborar com as fintechs, disse Denis Arcieri, diretor geral da IDC Brasil.
Para o setor de mineração do Chile, que responde por 27% da produção de cobre, 38% da produção de metal de lítio e mais de 60% de iodo metálico no mundo, a tecnologia tem sido a chave para seu desenvolvimento. Para Natalia Vega, diretora geral da IDC Chile e Peru, a tecnologia faz parte dos investimentos em projetos de reposição, expansão e novos projetos, tendo papel fundamental na criação de operações de mineração mais ágeis. Fazer isso de forma consistente e confiável significa que a exploração, extração, processamento e transporte de produtos minerais ocorrem em um ambiente interconectado e que eles podem responder dinamicamente às mudanças de fatores externos, em particular de preço, e que pode permitir o controle e visibilidade em todo o ecossistema de uma extremidade à outra.
Já na Colômbia, que possui a terceira maior força de trabalho de BPO (Business Process Outsourcing) da região, com 13,1%, depois do Brasil (32,6%) e do México (14,2%), a tendência é estimular uma maior eficiência tecnológica e disponibilidade para manter o crescimento do setor e gerar mais de 15 mil novos empregos, com o apoio do governo nacional, explicou Juan Carlos Villate, consultor da IDC no país.
Os produtores de alimentos e madeira na Argentina, que geram até 21% do PIB e tradicionalmente investem pouco em TI, têm acelerado a integração de soluções verticais de IoT, inteligência, robótica e soluções em nuvem para melhorar aspectos relevantes no novo normal, como rastreabilidade de animais e alimentos até sua cadeia de comercialização, e aumentar a eficiência produtiva automatizando a inteligência da rede de sensores climáticos, disse Diego Anesini, diretor de Pesquisa da IDC América Latina e chefe da subsidiária da IDC na Argentina.
No encerramento do evento, que contou com palestras, painéis e cases, Jay Gumbiner, vice-presidente de Pesquisa da IDC América Latina, destacou que, para acelerar a Transformação Digital, as empresas devem considerar alguns pontos. Entre eles, encontrar parceiros estratégicos de tecnologia que optem por soluções menos tradicionais; fortalecer a área e os serviços de marketing digital, pois a maioria das vendas é realizada online; manter e aumentar as estratégias de segurança e nuvem, pois elas continuarão a ser essenciais no novo normal; e fortalecer a infraestrutura de comunicações para garantir a continuidade das operações da empresa remotamente, em casa ou outro lugar.
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