É curioso que diversos fatores e conceitos que hoje garantem nosso conforto e modo de vida sejam provenientes de uma geração tão controversa quanto a millennial. Essas pessoas, que nasceram a partir da década de 1980 até meados dos anos 1990, acompanharam a criação e modernização dos computadores, viram a internet adentrar praticamente todas as casas, observaram o nascimento dos smartphones, a invenção e a morte dos MP3 players, além do uso em grande escala dos tablets e e-readers. São indivíduos com expertise e facilidade para criação. O problema, entretanto, é que eles não necessariamente se encaixam nos modelos de trabalho e empregos vigentes na maioria das empresas.
“Os tempos mudaram e as jornadas de trabalho também. Se antes as empresas ditavam procedimentos cotidianos, hoje os funcionários têm total controle de escolhas, e buscam formatos de negócio vão ao encontro de seus princípios. Normalmente, eles não se enxergam dentro de uma multinacional seguindo regras antepassadas, e reforçam os conceitos que falam diretamente com os talentos e hobbies de cada um. O objetivo é transformar o que eles amam em seu principal ganha-pão”, diz José Alves Braga Neto, CEO da nerd2.me, empresa que funciona como um hub dos técnicos de TI, que leva um nerd particular – aquela pessoa que tem conhecimentos avançados em tecnologia capaz de ajudar os outros – para resolver problemas técnicos de forma rápida e descomplicada.
Não à toa, o conceito de economia colaborativa, que reformula negócios e contribui para a qualidade de vida da população, tem conquistado cada vez mais espaço no mercado, chegando a render US$ 15 bilhões anualmente, segundo a Market Analysis, empresa que realiza estudos de mercado e opinião pública desde 1997. Assim como a nerd2.me, outras empresas dentro dessa cultura precisam estar melhor preparadas para conhecer – e satisfazer – as necessidades dos colaboradores, caso contrário, estarão fadadas ao fracasso. O Millennial Survey, estudo publicado anualmente pela auditoria Deloitte, revelou que seis entre dez millennials acreditam no propósito da empresa onde trabalham e que preferem corporações que ofereçam soluções para o progresso social como um todo.
Consumidor no poder
Não são apenas os trabalhadores dessa faixa etária que apresentam esse comportamento. Os clientes gostam de dar suas opiniões, acompanhar processos e imediatismo, fatores que levam novamente à ideia da economia compartilhada dos serviços. Ao solicitar um técnico por meio da plataforma, a equipe filtra o melhor profissional para auxiliar e é combinado com o cliente a data, horário, valores e ponto de encontro – que pode ser em casa ou em algum lugar público, como um café. “Essa também é uma revolução no dia a dia do profissional de TI, que não precisa ficar o dia inteiro preso em um escritório, sem oportunidades de absorver e aprender novas atividades”, complementa José Braga.
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