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Google, Facebook, Apple, Amazon e Microsoft são pressionadas a parar de rastrear dados de crianças

Em carta entregue no último dia 18, mais de 20 organizações e especialistas pedem às gigantes de tecnologia que cessem a exploração comercial infantil no ambiente digital
Google, Facebook, Apple, Amazon e Microsoft são pressionadas a parar de rastrear dados de crianças

Mais de 20 organizações, entre elas 5Rights Foundation, Global Action Plan e o Instituto Alana, por meio de seu programa Criança e Consumo, encaminharam uma carta ao Google, Facebook, Apple, Amazon e Microsoft, no último dia 18, exigindo que essas gigantes de tecnologia parem de coletar dados de crianças e adolescentes para segmentação de publicidade. Além disso, a coalizão pede, ainda, que essas empresas parem com a exploração comercial infantil em ambiente digital e que adotem medidas para garantir uma experiência digital segura para crianças.
A carta é parte da campanha “Stop Targeted Advertising to Kids” (“Parem de Direcionar Publicidade para Crianças”, em tradução livre) da Global Action Plan, que argumenta que a publicidade comportamental online acelera o consumismo, prejudicando o bem-estar e aumentando a tensão já perigosa no planeta.
O documento pondera que as empresas de ad-tech coletam 72 milhões de pontos de dados sobre uma criança, até ela chegar aos 13 anos de idade. Isso demonstra a dimensão do desrespeito pelas leis de proteção de dados, vigentes em diversos países, e o alto nível de monitoramento imposto sobre as crianças, que são rastreadas e perfiladas para que possam receber publicidade infantil ao ponto de que sua atenção seja monetizada de forma mais efetiva.

Vale lembrar que as crianças, em especial até 12 anos, não compreendem o caráter persuasivo da publicidade, em virtude da vivência de um processo peculiar de desenvolvimento físico, mental e social  

Vale lembrar que as crianças, em especial até 12 anos, não compreendem o caráter persuasivo da publicidade, em virtude da vivência de um processo peculiar de desenvolvimento físico, mental e social. Logo, não conseguem distinguir o que são conteúdos de entretenimento de conteúdos publicitários. Por entender a criança como hipervulnerável, a legislação brasileira já proíbe a prática de publicidade infantil em qualquer meio de comunicação ou espaço de convivência – incluindo o ambiente digital.
“É desigual e injusta a forma como essas empresas se aproveitam da hipervulnerabilidade das crianças para explorá-las comercialmente, principalmente nesses tempos de pandemia, em que as crianças estão cada vez mais online seja para estudar, se comunicar com parentes e amigos ou para outras atividades. Queremos que as empresas de tecnologia mais poderosas do mundo parem de minerar dados infantis e não permitam que anunciantes direcionem publicidade para esse público. As crianças possuem o direito de usar a internet com segurança e livre do abuso comercial da publicidade infantil”, diz Pedro Hartung, coordenador do programa Criança e Consumo, do Instituto Alana.
Sobre o Criança e Consumo
Criado em 2006, o programa Criança e Consumo , do Alana, atua para divulgar e debater ideias sobre as questões relacionadas à publicidade dirigida às crianças, bem como apontar caminhos para minimizar e prevenir os malefícios decorrentes da comunicação mercadológica.
O Instituto Alana é uma organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, que aposta em programas que buscam a garantia de condições para a vivência plena da infância. Criado em 1994, é mantido pelos rendimentos de um fundo patrimonial desde 2013. Tem como missão “honrar a criança”.
 

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