Mesmo com instabilidades na economia a tendência é que haja crescimento nos investimentos e gastos com Tecnologia da Informação e Comunicação – TIC de mais de 8%, em até quatro anos; a empresa que primeiro decifrar o uso e aplicações de transformação digital, via smartphones vai levar a melhor. Estes são apenas dois destaques de levantamento realizado pela FGVcia, sobre o uso da Tecnologia da Informação realizado até abril de 2019.
As respostas de 2.602 companhias – incluindo 66% das quinhentas maiores – respaldam a pesquisa apresentada pelo professor Fernando Meirelles, que coordenou os trabalhos. “Temos uma amostra bastante representativa das médias e grandes empresas nacionais de capital privado”, diz.
Hoje no País são 180 milhões de computadores (desktop, notebook e tablet) em uso, o que dá seis equipamentos para cada sete habitantes. Em termos de evolução, até 2014 o número dobrava a cada quatro anos, até chegar na quantidade atual, quando se observa que há mais compra de celular do que de computador. Ainda assim, o Brasil está acima da média mundial no uso desse tipo de equipamento.
Ao comparar televisores com telefones, a pesquisa identificou a proporção de 1 x 4, ou seja, para cada TV vendida, quatro celulares são comprados. No mundo todo, a média de smartphones é de quase um por cada um habitante; no Brasil já ultrapassa: mais de um por habitante. “A distância do Brasil para os Estados Unidos no que diz respeito aos smartphones é pequena”, destaca Meirelles. “O celular é bem mais importante é necessário do que uma televisão”.
Outro ponto detectado pelo levantamento da FGV é que cada pessoa possui, em média, dois dispositivos digitais. “Somos 210 milhões de pessoas e com essa média de uso por habitante, o mercado já se mostra saturado; a projeção é de que venderão mais ou menos 40 milhões de celulares em 2019 e a maioria será reposição”, detalha o professor. Este é um fenômeno recente um salto bem grande, já que em 2004 não houve registro de dispositivo digital, decolando em 2016 e hoje está saturado. A pesquisa mostra, também, o que já é bem perceptível: o tablet não vingou.
É impressionante o crescimento do mobile e suas possibilidades propiciadas pela Web. A tendência é de que o uso no País em 2019 seja de 420 milhões de dispositivos digitais, sendo 185 milhões de computadores e 235 milhões de smartphones.
Gastos e investimentos em TI
A porcentagem do faturamento líquido de médias e grandes empresas destinada a compras e projetos de TI é de 7,9% em média. “Subiu mais do que o esperado, após três anos estacionados na faixa de 7,6 – 7,7%”, avalia Meirelles.
Com a lupa direcionada a segmentos, Serviços fica com 50% acima da média prevista, 11,2% e Comércio, com menos da metade, 3,7%. O segmento de Indústria tende a investir 4,8% do seu faturamento em tecnologia da informação.
Questionamentos acerca da famigerada Transformação Digital rondam, por exemplo, escritórios de advocacia e editoras. Haverá um impacto absurdo na maioria dos segmentos. “Não tem negócio que não será impactado pela tecnologia digital e a tendência é que os bancos sejam transformados em empresas de tecnologia”, conclui Meirelles.
Medir o retorno do que é investido é complicado, mas o coordenador da pesquisa defende que “cada um por cento a mais gasto em TI, é gerado um retorno de 7% a mais de lucro”.
Por ramo de negócios a expectativa de investimento é de: ensino R$ 20 mil; financeiro mais de R$ 100 mil; bancos mais de R$ 120 mil. Já o custo médio anual, por usuário é de R$ 46,8 mil, conforme a pesquisa de 2018- 2019.
Entre os objetivos de investimentos estão atualização tecnológica, incluindo implementações e Integrações; Inteligência Analítica, Business Intelligence, ERP. Além disso, as corporações têm no radar Governança de TI, Inteligência Artificial, Internet das Coisas e Transformação Digital.
Redes sociais
Em mídias sociais o Japão é o país que apresenta a menor taxa de tempo de acesso. Ao contrário, o Brasil é o líder nesse quesito, com cerca de quatro horas nas redes sociais; isso sem contar o tempo de jogos.
Software
Sempre com amostragem corporativa e questionando qual o sistema mais usado; qual o segundo mais usado e a porcentagem de tempo gasto, a pesquisa aponta que um quarto do total de tempo é usado para correio eletrônico (25%), seguido pelos navegadores (20%). O pessoal usa bastante as planilhas (18%), que figuram em terceiro lugar nesta classificação. Os demais são: sistema transacional (14%); textos (10%), banco de dados (8%) e, gráficos (5%).
Internet
“Microsoft e Google detêm 80% desse mercado e o Fire Fox vem diminuindo com o tempo”, informa o professor. Não tem para ninguém quando o tema são navegadores e correio eletrônico. A Microsoft lidera com mais de 70% em ambos.
Inteligência Analítica
Item que engloba business intelligence e CRM, 25% do total de inteligência analítica é da SAP; em segundo aparece a Oracle e em terceiro, a Totvs. Atrás das primeiras colocadas aparecem Microsoft, Qlik, IBM e outros. Há indicativos de melhoria para Qlik, de origem sueca, Dynamics e Power BI, que apresentam taxa de crescimento positiva.
Sistemas integrados de gestão
As fatias quanto aos ERPs são: Totvs 34%, SAP 32%, Oracle 13%, Infor 5% e outros (Microsoft MV, Senior…) tem 16%. “Um fenômeno é que a Totvs tem metade nas pequenas empresas e a SAP, metade nas grandes.
Os resultados da 30ª pesquisa sobre o uso da Tecnologia da Informação feita pelo FGVcia – Centro de Tecnologia de Informação Aplicada da Fundação Getúlio Vargas, foram apresentados nesta quinta-feira (25), na sede da Fundação, em São Paulo.
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