Com um investimento de R$ 6 milhões em infraestrutura, a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), inaugura hoje (23/09) o Laboratório de Segurança Cibernética, o primeiro montado para atender o sistema financeiro nacional e que integrará equipes dos 14 bancos associados. A estrutura permitirá que as instituições financeiras melhorem a eficiência de compartilhamento de informações técnicas e promovam o treinamento e aperfeiçoamento de profissionais para atuar no combate às ameaças virtuais em ações colaborativas e integradas voltadas para proteção e solução de incidentes cibernéticos.
O laboratório está localizado em São Paulo e, segundo a entidade, conta com as tecnologias mais avançadas disponíveis na área de inteligência e simulação. As atividades serão desenvolvidas com base em quatro frentes: Treinamento, Simulação, Inteligência e Padronização.]
Os treinamentos serão focados em segurança cibernética com conteúdo prático direcionado aos profissionais técnicos e de gestão das instituições financeiras, explica Leandro Vilain, diretor executivo de Inovação, Produtos e Serviços Bancários da Febraban. O primeiro treinamento ocorreu entre 31 de agosto e 4 de setembro, antes mesmo do lançamento, e contou com a participação dos bancos integrantes da Comissão Executiva de Segurança Cibernética da entidade. O objetivo é formar cerca de 80 profissionais por ano em diversos níveis de treinamento. “Serão promovidos exercícios de defesa no espaço cibernético e estimuladas práticas que tragam respostas a incidentes virtuais. O combate aos crimes cibernéticos exige profissionais constantemente capacitados”, afirma Vilain. “Esperamos contribuir com a capacitação de equipes para respostas a incidentes, criando, assim, um ambiente favorável de trabalho coletivo entre as instituições bancárias”, acrescenta.
Nas simulações entre os participantes do laboratório serão trabalhados cenários de situações de ataques cibernéticos em grupos de forma técnica e estratégica. A primeira simulação será feita após a volta das atividades presenciais, e o objetivo da entidade também é promover ciclos trimestrais para as ações. Inicialmente, o laboratório terá a capacidade de realizar até quatro simulações integradas por ano com as ferramentas mais modernas disponíveis no mundo.
Na frente Inteligência, as instituições farão uso estratégico de informações e dados de ameaças e atividades criminosas ocorridas em outros países. Os integrantes do laboratório vão ter acesso a relatórios técnicos exclusivos sobre estas ameaças e ainda informações atualizadas sobre segurança cibernética para o segmento financeiro.
Por fim, na frente Padronização, os profissionais irão analisar fornecedores que atendem o sistema financeiro para criar um manual de boas práticas para que sejam observados os critérios de atuação dessas empresas. “A entrada em operação do Laboratório de Segurança Cibernética é mais uma ação que demonstra o comprometimento dos bancos com o aprimoramento constante dos sistemas de segurança das instituições, que buscam garantir a eficiência das operações financeiras cotidianas de milhões de brasileiros, e também é a consolidação do setor no uso da tecnologia para as transações bancárias”, acrescenta Isaac Sidney, presidente da Febraban.
O contexto
A criação do Laboratório de Segurança Cibernética foi iniciada em julho do ano passado e visa promover melhorias contínuas para o sistema financeiro brasileiro. A última pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária revelou que as operações cresceram 11% em 2019, registrando 89,9 bilhões de transações. Deste total, 63% são feitas pelos meios digitais, como internet banking e mobile banking. Esse número deve ser maior este ano por causa da pandemia de Covid-19.
A criação do laboratório também se insere nos princípios da Estratégia Nacional de Segurança Cibernética (E-Ciber), aprovada em fevereiro último e que apresenta os rumos que o Governo Federal considera essenciais para que o País, a sociedade e as instituições se tornem seguros e resilientes no uso do espaço cibernético; e também as resoluções já publicadas pelo Banco Central.
“É fundamental trabalhar de forma conjunta para a troca contínua de informações técnicas e de inteligência entre as instituições financeiras. Nosso laboratório é um espaço que fortalecerá a cooperação entre os bancos associados, incentivará treinamentos e buscará soluções inovadoras e o uso tecnologias de ponta para fortalecer os sistemas e equipes de defesa das instituições”, afirma Sidney. Ele ressalta que os bancos investem R$ 2 bilhões por ano em segurança da informação. “É importante garantir e mostrar aos nossos clientes que a experiência com o seu banco ocorre com total segurança”, diz.
Serviço
www.febraban.org.br
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