De acordo com o Instituto Ponemon, o custo médio de violação de dados no Brasil é de R$ 1,24 milhão por empresa. E o custo financeiro não é o único prejuízo. Hoje, qualquer empresa, de qualquer tamanho, enfrenta um desafio que cresce a cada dia: segurança. Uma falha na segurança cibernética tem efeitos que não terminam com a divulgação e solução do problema. Essa violação causa danos, muitas vezes irreparáveis, na reputação da empresa; e com a LGPD mostrando sua cara no horizonte, as consequências financeiras podem chegar a milhões de reais.
E a verdade é uma só: não existe uma solução que impeça todas as ameaças. Existem soluções que alertam sobre possíveis brechas e ajudam as empresas a consertá-las e, dessa, forma, evitá-las.
Como controlar todos os pontos de entrada simultaneamente e saber que basta uma única brecha para todo esse trabalho ter sido jogado fora? Esse é um dos maiores desafios de qualquer equipe de segurança da informação.
Em um país como o Brasil, considerado pelo Instituto Ponemon, o que mais representa risco de violações, investir em melhores práticas de proteção de dados é o único caminho possível. Contar com uma equipe de segurança da informação e ter um plano de respostas a incidentes são medidas urgentes e prioritárias e é nesse ponto que um outro desafio aparece: a falta de talentos em segurança.
Manter um time que saiba lidar com adversidades não é uma tarefa fácil e mesmo que a empresa já conte com uma equipe bem formada, sempre haverá a necessidade de repor algum funcionário que tenha saído.
Antes de sair para o mercado atrás da peça ideal para montar uma equipe ou repor, é preciso entender quais habilidades e recursos são necessários que a equipe possa executar seu trabalho sem contratempos; se a área de TI tem a infraestrutura necessária para realizar os processos necessários para implementar e executar as medidas de segurança e até mesmo avaliar se esse trabalho pode ser feito internamente ou se não é melhor terceirizar.
Resolvido esse pequeno dilema, outro pode surgir. Muitas empresas mantêm a segurança cibernética e a TI separadas, quando deveriam andar juntas, sob o mesmo guarda-chuva, afinal, ninguém conhece melhor o ambiente de dados como a equipe que o criou e gerencia.
Equipes de segurança e TI devem trabalhar lado a lado para entender os requisitos de desempenho e para que os sistemas essenciais para os negócios se mantenham disponíveis durante todo o tempo. Uma medida de segurança não pode, em nenhuma hipótese, comprometer a disponibilidade.
Como a TI tem conhecimento prático do comportamento e interações dos sistemas de dados, seu papel, dessa forma, é vital para detectar ameaças precocemente. Mas, para isso, é preciso que tenham as ferramentas necessárias e o entendimento do que deve ser monitorado. É nesse ponto que a cooperação entre as áreas se faz mais importante.
Lidar com falhas de conformidade também podem representar prejuízos significativos. Em um mundo cada vez mais regulamentado – LGPD, GDPR, HIPAA -, as empresas encontram-se obrigadas a atender normas cada vez rígidas de proteção de dados e privacidade, assim, o compartilhamento de informações e recursos entre as áreas de segurança e TI mostra-se uma estratégia inteligente e facilita o gerenciamento e manutenção dos processos de conformidade.
Compartilhar o conhecimento é imprescindível para a segurança da informação. Em um ambiente em que não é possível afirmar que algo seja 100% seguro, e com hackers cada vez mais motivados em encontrar novas e inovadoras formas de invasão, manter uma estratégia de segurança que priorize uma combinação de estruturas, equipes e sistemas garante uma vantagem substancial contra possíveis brechas de segurança.
Se a busca por novos talentos é complicada, promover a cooperação entre TI e segurança da informação é a melhor estratégia.
Por Carlos Rodrigues, vice-presidente da Varonis para América Latina
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