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Como melhorar a sobrecarga da rede com o aumento do trabalho remoto

A pandemia da Covid-19 elevou o tráfego global da Internet em 50% ou mais em alguns setores. Os provedores de Internet estão lutando para aumentar a capacidade à medida que os usuários trabalham, têm mais atividades de lazer e empresas mudam para modelos de negócios online. O tráfego de provedores aumentou além das tendências esperadas em todas as categorias e aplicações de voz, texto/SMS, celular, fixo, Internet, jogos, streaming de vídeo, videoconferência, entre outros.

A sobrecarga de capacidade nas redes não se limita a um aumento na largura de banda necessária. Os provedores normalmente superprovisionam suas redes para lidar com surtos inesperados no tráfego. Para muitos, o aumento não excede a capacidade provisionada, pelo menos dentro dos elementos centrais ou do backbone. O problema não está tanto no aumento do volume de tráfego, mas sim na distribuição ou seu impacto em algumas tecnologias de restrição de capacidade, como pools de endereços IP.

Por exemplo, segue uma lista com algumas das diferentes maneiras que ocasionaram mudança de tráfego e quais os possíveis impactos para os provedores de Internet:

Aumento do tráfego diurno – Quando os trabalhadores começaram a trabalhar em casa, o tráfego relacionado ao trabalho muda para uma área geográfica diferente. Isso resulta em um aumento geral do tráfego “diurno” dessas áreas e uma redução do tráfego de locais de trabalho anteriores. Embora isso não possa resultar em um aumento líquido no agregado, ele pode alterar a forma como os pontos e nós de agregação locais são configurados e dimensionados.

Mais assinaturas – Os provedores estão recebendo mais pedidos de conexões banda larga em áreas residenciais. As operadoras móveis também notaram um aumento nas assinaturas, já que tablets, smartphones e laptops são utilizados para o trabalho.

Aumento de jogos e downloads – O tráfego da rede do Playstation triplicou em um operador europeu. Já um operador norte-americano notou que os downloads de software dobraram.

Aumento das solicitações de conexão – A média de requisições por segundo, um indicativo que se correlaciona com a atividade geral da Internet, aumentou em até 70% em algumas verticais.

Menor velocidade de download – À medida que o volume de tráfego aumenta, a velocidade do download cai em muitos países. É um fator que costuma estar atrelado à necessidade de ficar em casa.
Uma área dos provedores que está se sobrecarregando rapidamente é a infraestrutura de CGNAT – Carrier-Grade Network Address Translation, responsável pela capacidade nas redes de provedores de serviços que gerencia o pool de endereços IPv4 e IPv6, disponíveis pelas seguintes razões:

Quantidade de endereços IP – As operadoras costumam manter um pool de endereços IP que são compartilhados entre seus assinantes e alocados quando os usuários acessam a rede. Um aumento repentino no número de assinantes que necessitam de acesso ou na frequência de seu uso sobrecarrega esse pool de endereços IP.

Escassez de endereços IPv4 – O pool gratuito de endereços IPv4 foi esgotado em setembro de 2015. Endereços adicionais podem ser adquiridos em leilões e são bastante caros – tendo aumentado 4 vezes nos últimos cinco anos.

Apesar de o IPv6 já estar pronto para o mercado, cerca de 70% das consultas na Internet ainda utilizam IPv4 e muitas redes móveis ou ISPs são construídos em torno do IPv4. Ou seja, para muitos provedores aumentar os pools esgotados de IPv4 com IPv6, simplesmente não é uma opção.

Portanto, acreditar que a sobrecarga no uso das redes gerada pela pandemia soluciona-se apenas ao aumentar a largura de banda não corresponde à realidade. Há que se cuidar da distribuição e o impacto em tecnologias com restrição de capacidade, como os pools de endereços IP. No mercado existem soluções que auxiliam os provedores de serviços a estender a vida útil do pool de endereços IPv4 e trabalham na transição para o IPv6.

Por Ivan Marzariolli, Country manager da A10 Networks

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