Inúmeras questões surgem com o passar da pandemia: como será a volta, o que mudará e, inclusive se as empresas estão preparadas para um outro momento desafiador como o atual. Como e a que custo será garantida a continuidade dos negócios. Para responder a parte das questões ou esboçar um cenário futuro, estudos e pesquisas são realizados em todo o mundo. Com o avanço da hiperconectividade e diante da Economia Digital, as companhias e o planeta devem buscar uma nova visão social e econômica, à medida que entrar em uma nova realidade pós-pandemia.
Aqui no Brasil, a Cisco e a Deloitte divulgaram hoje, 24/9, o resultado do Digitalização, Resiliência e Continuidade dos Negócios: o que aprendemos com a pandemia da Covid-19, que está calcado em sondagens junto aos setores de Educação, Justiça, Saúde e Governo. O levantamento tem como premissas básicas o nível de resiliência; fatores aceleradores, e fatores inibidores.
O estudo aponta como estes fatos recentes – isolamento social, necessidade de adaptações em diversas frentes, por exemplo, tornaram os brasileiros mais resilientes e digitalizados e, ainda, mostra que em decorrência deles, houve um avanço no uso de soluções para a Telemedicina, para o ensino a distância, no Judiciários e nas três esferas de governo. “Registramos intensidade no uso da Inteligência Artificial e em sistemas digitais integrados”, conta Rodrigo Uchoa, head de Novos Negócios e Digitalização na Cisco.
“Precisamos nos preparar para uma nova realidade digital e nosso estudo visa a compartilhar algumas reflexões e propostas para juntos construirmos um Brasil mais resiliente, digital e mais inclusivo”, explica
De acordo com Heloisa Montes, sócia da Deloitte e responsável técnica pela pesquisa, o resultado demonstra, no que se refere à digitalização, como a crise sanitária exerceu impacto em alguns mercados. “O estudo captura a maneira pela qual os agentes dos setores da Educação, Justiça, Saúde e Governo vêm reagindo ao novo contexto trazido pela pandemia, ao desenvolver alternativas que levam, de modo geral, a uma transformação acelerada de tecnologias, processos e interações”, conta.
Futuro à vista
Entre outras, o Digitalização, Resiliência e Continuidade dos Negócios: o que aprendemos com a pandemia, aponta tendências sobre o que se convencionou de se chamar de ‘novo normal’.
A Telemedicina e soluções voltadas para a área de Saúde, foram fundamentais para facilitar a adoção de recursos tecnológicos, e garantir sua continuidade e a intensidade de seu uso, acentuou a tendência de que, nos próximos anos, a medicina a distância seja potencializada por outras tecnologias, como dispositivos vestíveis que monitoram a saúde de pacientes, crescimento de mercado das health techs e redução de gastos de saúde ao priorizar acompanhamentos e cuidados básicos.
No âmbito educacional, o estudo confirmou que o ensino a distância acelerou a Transformação Digital em instituições de ensino e impulsionou a adoção de novas tecnologias.
Durante a pandemia o método de ensino de Educação Básica se adaptou, praticamente de forma integral ao modelo remoto e a tendência é de que nos próximos anos, poderá não ser mais totalmente presencial, mas sim um modelo híbrido, ou seja, o presencial e o digital.
Alguns modelos de educação apontam para o ensino colaborativo, baseado em projetos e salas de aula ‘invertidas’, usadas pelos professores para levantar discussões e fornecer explicações em maior profundidade. Os alunos, por sua vez, aprenderão parte do conteúdo em casa.
Outro setor pesquisado, o Judiciário, teve uma forte Transformação Digital durante a última década, mas o avanço não foi uniforme, o que deixou uma parcela significativa de processos ainda no papel. No entanto, o elevado grau de digitalização dos processos pré-pandemia permitiu que o setor mantivesse as operações internas nos últimos meses, e a disponibilização de uma plataforma de videoconferência foi essencial para garantir a continuidade de audiências.
Consequentemente, a Transformação Digital aponta para tendências como processos judiciais 100% eletrônicos, amplo uso de videoconferências, plena integração entre os tribunais e uso de IA para automatizar e acelerar processos que hoje são feitos por humanos.
Antes da pandemia, a digitalização já estava na pauta e em diversos programas conduzidos no setor público Federal e dos maiores Estados, ainda que a maior parte dos Estados e os municípios menores encontrassem dificuldades. No entanto, a existência de programas de digitalização prévios e os investimentos realizados nessa frente foram essenciais para que garantissem um bom nível de resiliência durante a crise.
“No futuro, a integração plena dos serviços digitais entre governos federais, estaduais e municipais será uma necessidade e não uma opção. Com isso, podemos esperar por aplicativos e sistemas mais amigáveis e simples de se utilizar, mais agilidade em processos que envolvem esferas do governo e diretrizes mais amplas sobre uso e segurança de dados dos cidadãos”, conclui Uchoa.
Serviço
www.deloitte.com.br
http://thenetwork.cisco.com
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