Um dos principais passos em uma jornada de transformação digital de toda empresa empresa é iniciar ou acelerar a criação de produtos digitais. Estes, geralmente possuem poder de adaptação e escalabilidade muito superior em relação aos presentes no portfólio tradicional da companhia. Uma das formas de se atingir este tão desejado produto é analisar quais de seus principais sistemas e processos apresentam potencial para se tornar novos produtos ou serviços, que possam gerar, inclusive, novos fluxos de receitas. Muitas vezes, a partir dessa análise, podem surgir soluções completamente novas, que resolvem problemas internos e atendem outros nichos de mercado, gerando uma nova receita.
Alguns exemplos famosos e recentes comprovam que, para o sucesso da transformação digital, é preciso pensar na utilidade, na experiência do consumidor e na vontade de fazer a diferença. Veja:
- Os bancos desenvolveram aplicativos, home banking, cartões de crédito, simuladores de seguros, entre outras dezenas de funcionalidades. Tudo reflexo da Transformação Digital na prática, que se fortalece neste setor;
- A BTG é uma empresa internacional especializada em saúde que está trazendo para o mercado produtos inovadores para a área. Um exemplo é o aplicativo SnakeBite911 , que começou a ser desenvolvido em 2014, para as pessoas marcarem onde foram atacadas por cobras. Para a companhia, isso gerou ofertas de testes clínicos, com boas perspectivas de aumento na procura;
- Vivino é uma rede social para os amantes de vinho, que permite ao usuário inserir uma pontuação para determinado vinho, podendo acrescentar outras observações sobre o produto. A empresa aproveita a base de usuários e dados para negociar produtos;
- Empresas que vendem fertilizantes agrícolas estão mapeando o solo de diversas regiões no global, a previsão do tempo para o ano atual e o próximo, entre outros dados, para que possam proativamente sugerir a seus clientes quais fertilizantes comprar e quando;
- Aplicativos de saúde estão ajudando os atletas de corrida a monitorarem sua evolução, acompanhando como eles se sentem enquanto treinam e sugerem sapatos, dicas nutricionais (e produtos), próximos eventos etc. Além disso, já existem “objetos inteligentes”, como tênis e roupas, que rastreiam os dados e sugerem outros produtos e serviços.
Seja o primeiro a impulsionar a mudança
Durante esta transformação das empresas, uma importante mudança de mindset na liderança e no time de tecnologia acontece. O mindset de entregas orientadas a projetos precisa evoluir para o mindset de evolução de produtos. Entenda como algumas mudanças acontecem no comportamento das equipes:
Centrada no projeto |
Centrada no produto |
Só entregue – essa é a missão |
Evolua! – A cultura vai mudar, os escopo, as funcionalidades, a vontade de fazer parte, motivação etc. |
Fique nos bastidores – o time de TI geralmente é apenas o caminho para alcançar algo, não O algo que deve ser alcançado. |
Apareça – os líderes de TI passam a estar nos “holofotes”, junto aos líderes de negócios. A TI é O QUE precisa ser atingido |
Sensação de conclusão – levando a … nada. Apenas mais tarefas. Zero evolução. |
Contínuo – aplique a mentalidade de melhoria, evitando a sensação da equipe de que um projeto que satisfaz completamente o cliente final nunca é entregue. |
As cinco razões:
1ª – “Em 2020, 75% dos líderes de negócios digitais vão abandonar o “Projeto” e adotar o modelo de gestão do produto – referência do Gartner Symposium ITxpo Orlando 2018. A metodologia focada em projeto não é tão eficaz. Toda vez que um projeto termina, a equipe é desfeita. Então, novas negociações para o novo ciclo de melhorias começam. Mas, até a construção da nova equipe, há perda de tempo e desperdício de conhecimento.
2ª – “Em 2020, as organizações que adotaram o modelo centrado no produto irão superar a concorrência que não tiver se adaptado, tanto em satisfação do cliente, quanto em resultados de negócios, conforme o Gartner”. Como o produto no centro é mais eficaz, deve-se adotar o método para se manter à frente da concorrência.
3ª – “78% das empresas que mais crescem no mercado americano estão usando uma estratégia de product-centric , referência Gartner”. Nada a acrescentar aqui. A métrica fala por si só.
4ª – “Departamento de TI orientado pelo produto e não pelo projeto tem menos intervenções da área de RH, e leva por si só a liderança e auto-desenvolvimento de equipes internas, segundo o Gartner”. A primeira mudança é mais poder de influência para a TI. Mas isso não significa que as outras áreas se enfraquecerão. As equipes vão unir forças para um único resultado, com visões diferentes: a de negócios e a de TI. Um não existe sem o outro.
5ª – “Evoluir a área de TI para se transformar em um hub atrai ideias internas e externas, parceiros de negócios e novos talentos”.
Tendo em mente os produtos digitais, os benefícios acima acontecem naturalmente e as razões para desenvolvê-los são convincentes. É a maneira mais rápida de abordar as empresas tradicionais e mostrar como os ‘unicórnios’ estão mudando a economia.
Por Guilherme Sesterheim. head de Transformação Digital da ilegra
Leia nesta edição:
CAPA | TECNOLOGIA
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TIC APLICADA
Digitalização do canteiro de obras
Esta você só vai ler na versão digital
TECNOLOGIA
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