A Apple lançou hoje (13/10) o iPhone 12, em um evento online gravado por causa da pandemia de Covid-19, mas mesmo assim cercado de pompa. Claro que a fabricante exaltou os novos recursos, o poder de processamento, a qualidade da câmera, o design etc., mas a grande estrela, pelo menos para quem gosta de tecnologia, foi o novo chip de 5 nm (nanômetro), que permite ao aparelho, por exemplo, editar vídeos em resolução 4K. A responsável por essa obra-prima tecnológica é a holandesa ASML.
Em 1984, a gigante da eletrônica Philips e a fabricante de máquinas de chips Advanced Semiconductor Materials International (ASMI) criaram uma empresa para desenvolver sistemas de litografia para o crescente mercado de semicondutores. Chamado de litografia ASM, o início da companhia foi em um velho galpão com vazamentos, próximo a um escritório da Philips em Eindhoven, na Holanda.
Para produzir o chip que equipa o iPhone 12, a máquina da ASML, que se chama NXE3400, usa luz ultravioleta extrema, abreviada de EUV, um tipo de luz que não pode existir naturalmente no planeta. Ela é tão frágil que é absorvida pelo ar imediatamente após a sua criação. Por esse motivo, é produzida em um espaço de vácuo na máquina. Uma luz laser incide em uma gota de zinco, que evapora. Durante esse processo, a luz é liberada em diferentes comprimentos de onda, incluindo luz ultravioleta extrema. Por meio de espelhos, a luz é refletida, permitindo a gravação do molde para a produção do chip.
A Apple produz o iPhone na China, que por sua vez não tem permissão de comprar essa máquina da ASML, avaliada em 100 milhões de euros, já que o presidente norte-americano Donald Trump proibiu, alegando questões de segurança.
O chip que vem no iPhone 12 consiste em cem camadas extremamente finas, somando mais de 8 bilhões de circuitos (transistores), que são ativados com eletricidade para transmitir milhões de zeros e uns do sistema binário. Como os chips fabricados pelo NXE3400 são extremamente refinados, a quantidade de corrente que passa por eles para ativação é muito menor do que os chips feitos com outras máquinas, o que permite processar enormes quantidades de dados que até agora chegavam aos smartphones apenas por meio da Nuvem. Por isso, é possível gravar e editar filmes em 4K no aparelho, porque os arquivos, mesmo enormes, cabem nele e o poder de processamento é alto.
E não é errado afirmar que isso também é ecologicamente correto, pois o tráfego de dados na Nuvem depende de enormes data centers, que consomem dezenas de milhares de vezes mais energia em comparação a um smartphone.
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