Crimes cibernéticos são uma das atividades que mais movimentam dinheiro no mundo. Afinal, com a tecnologia avançando diariamente, as técnicas e ferramentas de hackers e de organizações criminosas também evoluem. E com todos os dados pessoais e profissionais nos aparelhos celulares, os riscos de uma invasão são mais danosos quando comparados com um ataque a um computador.
De acordo com Augusto Schmoisman, especialista em defesa cibernética corporativa, militar, aeroespacial e CEO da Citadel Brasil, menos de 1% dos celulares têm proteção eficiente no Brasil, e a telefonia criptografada é quase desconhecida no país. “A perda de dados é uma dor de cabeça para todos e um enorme problema de compliance. Normalmente, quando isto acontece, a reação das pessoas é pensar ‘nunca imaginei que pudesse acontecer comigo’. O smartphone sem uma boa criptografia é como morar em uma casa de vidro, você não tem privacidade. É possível saber onde você está, acessar a sua câmera, acompanhar todos os seus movimentos conscientes e inconscientes. É uma invasão sem fim – o maior espião que já foi gerado”, afirma.
A criptografia é a prática de codificar dados por meio da aplicação de algoritmos, fazendo com que as informações do aparelho não tenham mais seu formato original, bloqueando os arquivos, dados e qualquer tentativa de acesso que não seja o usuário ou destinatário da informação. Para criptografar uma mensagem, por exemplo, é necessária uma chave certa para decodificá-la. “A criptografia transforma informações em códigos, é como se o usuário estivesse enviando mensagens secretas. Infelizmente e perigosamente, aqui, não há muitas empresas que prestam esse serviço, e o assunto ainda é desconhecido pela maioria das pessoas”, diz Augusto.
Ameaças
Por meio de invasões nos aparelhos celulares, é possível acompanhar cada movimento e comportamento da vítima, fornecendo muito mais dados e informações do que as pessoas podem imaginar. “O tempo médio para alguém tomar consciência de que está sendo monitorado é de aproximadamente 6 meses, algo absurdo, se pensarmos na quantidade de informações que um criminoso terá reunido no período. Até você perceber, o estrago já foi feito”, explica o especialista.
Além disso, ele chama a atenção para um problema que não fica restrito apenas ao indivíduo, mas pode alcançar empresas e marcas. “Grandes executivos carregam com eles informações confidenciais da companhia, segredos industriais, contatos de clientes e fornecedores, o que transforma essas pessoas nos alvos preferidos dos invasores. O smartphone concentra a vida profissional, pessoal, emocional, privada e íntima do indivíduo, razão pela qual as consequências são traumáticas. Além do grande prejuízo empresarial, é possível ter acesso às contas bancárias e quaisquer informações, possibilitando chantagens que envolvem, até mesmo, toda a família da vítima. A maioria dos usuários de smartphones se preocupa mais em perder o celular do que a carteira, mas ainda está longe de conhecer e replicar as medidas de segurança necessárias para sua proteção”, conta.
O especialista explica ainda que é muito comum ver instaladas antenas falsas ou Wi-Fi para coletar informações, extrair dados (man in the middle) para interceptação de telefones. “Existem aplicativos maliciosos que, uma vez instalados por meio da engenharia social, podem capturar e monitorar todas as informações, tornando-se uma porta de entrada para outros sistemas”.
Os riscos dos aplicativos e conexões
Constantemente, as pessoas baixam aplicativos, inserem informações em testes que parecem inofensivos, mas, sem perceber, estão sendo roubadas. “A grande maioria, aproximadamente 99% desses apps, solicita uma longa lista de autorizações e permissões que não são necessárias para o seu funcionamento. A cada clique que permite acesso à agenda de contatos, galeria de imagens ou localização, você já está permitindo um ataque”, diz Augusto.
O mesmo acontece ao conectar o aparelho móvel em redes de Wi-Fi abertas em aeroportos, cafés ou hotéis, fazendo com que o compartilhamento permita que o invasor tenha acesso a tudo. Outro grande risco, de acordo com o especialista, é colocar o celular para carregar nos aeroportos. “Simples atos podem deixar todo o aparelho vulnerável, possibilitando hackear mensagens de texto, espionar suas redes sociais, rastrear registros de chamadas e contato, rastrear a localização do GPS, histórico de navegação, monitorar e-mails, acessar senhas e muito mais. Por isso, para que tenha o controle da sua privacidade, é essencial proteger-se usando um aparelho que traga segurança e confiança, com criptografia, monitoramento em tempo real para a mitigação de riscos instantânea. Afinal, não podemos culpar o vento se deixamos a janela aberta”, finaliza.
Serviço
https://citadel-brasil.com
Leia nesta edição:
CAPA | TECNOLOGIA
Centros de Dados privados ainda geram bons negócios
TENDÊNCIA
Processadores ganham centralidade com IA
TIC APLICADA
Digitalização do canteiro de obras
Esta você só vai ler na versão digital
TECNOLOGIA
A tecnologia RFID está madura, mas há espaço para crescimento
Baixe o nosso aplicativo