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As novas tecnologias, na visão dos líderes empresariais

Pesquisa da CPQD investigou como os executivos enxergam as tecnologias inovadoras, os impactos e quando eles pretendem adotá-las
As novas tecnologias, na visão dos líderes empresariais

internet das coisas industrialNesta terça-feira (24/11), na abertura do 12º Encontro Nacional da ABII (Associação Brasileira de Internet Industrial), Paulo Curado, diretor de Inovação do CPQD, apresentou o estudo Radar Conecte-se ao Novo 2020, que teve o objetivo de investigar como os líderes empresariais enxergam determinadas tecnologias. “Temos muitas referências internacionais sobre tendências tecnológicas, mas como os setores produtivos estão enxergando isso? A nossa ideia foi fazer uma pesquisa no Brasil e perguntar para os dirigentes qual a percepção sobre essas tecnologias, a perspectiva de impacto e o prazo de adoção”, explicou o executivo.
O CPQD definiu 28 tecnologias, divididos em 6 grupos: Rede e Conectividade; Inteligência Artificial; Confiança, Privacidade e Segurança; Computação Avançada; Mobilidade e Veículos Autônomos; e IoT e Dispositivos Inteligentes. Foram ouvidos 250 CEOs e executivos dos setores de TI, Telecom, Indústria, Agronegócio, Energia e Utilities, Governo e setor Financeiro.
De um modo geral, o setor de TI considera a tecnologia 5G como tema emergente, sendo explorado pela academia e centros de pesquisa, mas com perspectivas de cenários de aplicação; a área de Telecomunicações indica que o uso de Inteligência Artificial tem perspectiva de adoção em até dois anos, se ela estiver madura neste prazo; e na Indústria, as tecnologias que habilitam a Indústria 4.0 no Brasil estão com expectativa acima de três anos para sua adoção de forma disseminada.

A IA está deixando de ser algo acadêmico e está cada vez mais no dia a dia das pessoas, como no Waze, que determina o melhor caminho a seguir, e o Spotfy, que sugere músicas  

O Agronegócio disse que as Tecnologias da Informação e Inteligência Artificial já estão no campo brasileiro; o setor de Energia e Utilities vem passando por profundas transformações devido à incorporação de nova tecnologias; a área de Governo deve passar por grandes transformações no curto prazo com clara tendência de adoção de novas ferramentas tecnológicas; e o setor Financeiro busca constantemente tecnologias com avaliação consistente para aplicação segura.
A indústria entende estar menos exposta às tecnologias apresentadas, que estão mais voltadas para informação e comunicação. Somente uma tecnologia (veículos autônomos) foi classificada como disruptiva. As tecnologias de impressão 3D e Internet das Coisas (IoT) estão classificadas como disponíveis para uso e em tempo curto. Isto pode indicar que a manufatura é o centro das atenções e que a indústria 4.0 está com poucas atividades no Brasil, porém cabe destacar que há uma expectativa de uma implementação mais intensa no médio prazo (3 – 5 anos). Essa conclusão decorre devido a concentração de tecnologias de IA e Conectividade consideradas como de alto impacto, entretanto a maioria em estágio de maturidade menos intenso na avaliação da indústria. A evolução rápida destas tecnologias é um ponto que deve ser observado com muita atenção nos próximos anos.
O setor de Telecomunicações mostra, de maneira direta, que duas tecnologias irão alterar de forma significativa o modelo atual de negócios do setor. Uma já considerada no estágio Inicial de maturidade e com chegada no mercado em até dois anos é a 5G. A outra, em estágio Emergente e de prazo acima de cinco anos é a computação quântica, que iniciou seus primeiros passos na academia. O uso de Nuvens computacionais e tecnologia de virtualização, combinados com sistemas de localização geográfica e IoT, são tecnologias que já estão presentes no setor, sendo que, seu uso irá se acentuar de forma significativa nos próximos cinco anos. Chama a atenção o uso de tecnologias com base em IA terem perspectiva de adoção em prazo de dois anos, embora sua maturidade ainda não seja considerada Convencional. Isto leva a entender que nos próximos dois anos muitos investimentos serão realizados para que isto se torne possível.
Resultados em números
“No grupo Rede e Conectividade, a grande estrela é o 5G, que é a nova geração de redes móveis, que terá um impacto disruptivo em todos os setores econômicos”, afirmou Curado. Ao serem perguntado sobre o estágio de adoção do 5G, 24% responderam Emergente (acompanham discussões acadêmicas), 33% Nascente (o tema começa a ser discutida), 32% Inicial (primeiras provas de conceito) e apenas 11% responderam Convencional (adotam a tecnologia e percebem valor). Quanto ao impacto do 5G, apenas 8% disseram Baixo, 15% Médio, 48% Alto e 29% Disruptivo. Em relação ao prazo de adoção, 49% disseram até 2 anos, 40% de 3 a 5 anos, 9% de 6 a 8 anos e 2% acima de 8 anos.
Segundo o estudo, o novo continuum computacional será um ambiente heterogêneo, baseado na descentralização e na federação de diversas entidades de computação e tipologias de recursos. Isso incluirá o Multicloud com seus modelos diversos, de gestão descentralizada e autônoma e de Nuvens híbridas que cruzam os limites entre serviços de Nuvem internos e externos ou entre serviços em Nuvem pública, privada e provedores comunitários. Essa tecnologia também fez parte do grupo Rede e Conectividade.
Perguntado sobre a adoção de Multicloud, 13% disseram Emergente, 26% nascente, 28% Inicial e 33% Convencional. Quanto a percepção de impacto nos negócios, 13% responderam Baixo, 28% Médio, 45% Alto e 14% Disruptivo. Em relação ao prazo de adoção, 59% disseram até 2 anos, 32% de 3 a 5 anos, 75 de 6 a 8 anos e 2% acima de 8 anos.
Outro grupo investigado foi o de Inteligência Artificial, que são tecnologias que visam fazer com que a interação humano – máquina pareça a mais natural possível. Existem várias tecnologias que permitem reproduzir ações intuitivas e habilidades humanas. Neste contexto, se podem incluir toque, visão, voz, movimento e funções cognitivas mais avançadas, como expressão, percepção e lembrança. Algumas interfaces de uso natural dependem de dispositivos ou equipamentos intermediários, enquanto outros sistemas mais avançados são discretos – ou mesmo invisíveis – para o usuário.
“A IA está deixando de ser algo acadêmico e está cada vez mais no dia a dia das pessoas, como no Waze, que determina o melhor caminho a seguir, e o Spotfy, que sugere músicas. A questão é como reinventamos o valor no setor produtivo com essas tecnologias de assistentes virtuais, computação cognitiva, que é uma visão mais ampla da IA, em que consideramos todos os sentidos”, disse Curado.
Na pesquisa, 22% disseram que a adoção da IA ainda está na fase Emergente, 33% nascente, 26% Inicial e 19% Convencional. Em relação à perspectiva de impacto, 16% disse Baixo, 46% Médio, 26% Alto e 12% Disruptivo. No prazo de adoção, 32% disse até 2 anos, 44% de 3 a 5 anos, 18% de 6 a 8 anos e 6% acima de 8 anos.
Serviço
www.cpqd.com.br
www.abii.com.br
 

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