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Acabou a era dos “heróis especialistas”: o que muda para o C-Level?

Por Daniela Mendonça*

Aquela imagem do CEO sozinho no topo já não cabe mais nas organizações do futuro. Tão pouco os integrantes do C-Level, considerados por tanto tempo os “heróis especialistas”, podem continuar apenas cada um com o seu próprio “C” em sua área de atuação específica, enquanto as empresas lidam com desafios tecnológicos, gerenciais e sociais de grandes proporções. O momento de descontruir as velhas hierarquias chegou.

Segundo o estudo “Tendências do Capital Humano 2018”, realizado pela Deloitte, 51% dos entrevistados classificaram a “colaboração do corpo C-Level nos projetos das áreas” como muito importante. Além disso, percebeu-se que as organizações com um nível mais alto de cooperação entre executivos são as mais propensas a conquistar um crescimento de 10% ou mais. O que isso quer dizer e como afeta sua empresa?

Eventos que passam a contar com a automação das atividades, trazendo às pessoas a necessidade de se desenvolverem em diferentes habilidades; o envelhecimento da força de trabalho concomitante à chegada de uma nova geração completamente diferente; o aumento da concorrência, dentre outros temas, aumentaram a complexidade nas organizações. Com esse cenário, não dá mais para líderes e equipes trabalharem sozinhos e não colaborarem entre si. Afinal, esses desafios permeiam toda a organização e precisam ser tratados em conjunto para garantir o crescimento das companhias.

O que o estudo indica é que teremos cada vez menos resultados nas empresas se continuarmos a enxergar cada área como silos organizacionais. Mas, se conseguirmos fazer com que haja uma sinfonia entre os executivos da companhia e entre esses mesmos líderes e seus times, iremos superar os desafios. Não é difícil ver como essa interação, ou a falta dela, interfere no dia a dia das organizações. Empresas com maior colaboração conseguem mais fluidez entre seus processos, trazendo qualidade, produtividade e rapidez na resolução de problemas.

Como fazer isso acontecer?

Eu não acredito em nenhum tipo de gestão distante da operação, nunca acreditei, pois os problemas e desafios se apresentam diariamente e as equipes precisam do apoio executivo para dar as diretrizes, acompanhar os indicadores e traçar novas rotas, sempre. Também não acredito que a estrutura em “silos” seja benéfica para as organizações, pois eles promovem uma quebra indesejada nos processos. Por isso, os desafios devem ser vencidos em conjunto e, claro, isso só é possível se houver proximidade entre os times.

Então, por onde começar essa sinergia entre o C-Level e, consequentemente, entre os times? Acredito em primeiro lugar na força do exemplo. Por isso, o CEO tem um papel tão relevante. Também vejo que é dever do líder eliminar qualquer fonte de desacordo ou cisão entre as equipes e sempre procurar promover um ambiente de colaboração. Precisamos de especialistas que jogam muito bem em harmonia e não que sejam altamente produtivos sozinhos. Esse modelo já não funciona mais.

*Daniela Mendonça é presidente da LG Lugar de Gente

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