Inteligência Artificial, RFID, voice picking, IoT, Big Data, rádio frequência e automação. Se nenhuma dessas palavras soar familiar para você, é o momento de procurar entender essa nova fase do segmento de Distribuição. Vou te mostrar como isso pode mudar a experiência do seu negócio. Estamos à bordo de uma (r)evolução tecnológica, que transformará, não apenas a forma como vivemos, mas como trabalhamos e nos relacionamos. Não se preocupe, vamos com calma.
Essa evolução no setor não só é possível, como já está acontecendo. Não vamos falar aqui de começar do zero e de grandes mudanças no seu centro de distribuição, mas posso afirmar que o tempo da caneta atrás da orelha e de registros feitos em papel já foi superado. Nesse contexto, surge o conceito da Distribuição 4.0, um modelo capaz de proporcionar aos distribuidores os benefícios que um conjunto de tecnologias podem trazer, com foco, principalmente em aumento da performance e da produtividade da empresa.
As ferramentas mais modernas e inovadoras são adaptáveis a qualquer rotina – e não é algo tão complexo. Essa mudança começa na automatização de tarefas diárias, padronizando os processos e garantindo a confiabilidade das informações. Olhando para a jornada de compra do segmento, uma empresa que aplica a Distribuição 4.0, faz o recebimento das mercadorias por meio de coletores de dados, identifica as caixas no seu CD usando etiquetas de RFID e faz o processo de separação por voice picking (tecnologia que passa as atividades diárias via fone de ouvido e mensagens de voz, deixando o profissional com as mãos livres), ao invés da tradicional – ou arcaica – prancheta e, até mesmo, de qualquer equipamento móvel. Só aqui, já conseguimos enumerar alguns saltos de produtividade e eficiência, com rastreabilidade das mercadorias, redução do risco de inversão de produtos e, ainda, menor tempo gasto para se fazer o inventário.
Um passo adiante, podemos adentrar no universo da Inteligência Artificial, que começa a ser usada a favor dos negócios e, especificamente ao segmento de distribuição, para trazer informações preditivas do mercado. Saber quanto e quando é preciso comprar determinado produto, sem depender da análise de um comprador, por exemplo, já é um grande diferencial.
No passado (ou, ainda hoje, para muitas empresas), o distribuidor dependia exclusivamente do seu histórico de vendas, examinado pelo funcionário, e das definições que ele fazia, com base no seu conhecimento e experiência. Porém, com a IA podemos ir além. A tecnologia consegue cruzar uma imensa quantidade de dados alfanuméricos e digitais, internos e de mercado, que nenhum ser humano seria capaz de fazer sozinho, e, com isso, apresentar insights do que ainda está por vir. E, parece que temos muito ainda a aprender!
Seguindo a nossa jornada da Distribuição 4.0, depois de comprar e receber os produtos, é preciso vendê-los. Dentro de uma área comercial, a companhia que vivencia a sua transformação digital planeja o seu território de vendas por meio de soluções de geoprocessamento e Big Data. É isso que vai dizer qual base já é atendida e precisa ser mantida, quais regiões têm maior presença de leads em potencial para o seu negócio e quais eram clientes e deixaram de ser (alerta de empresas que precisam ser trabalhadas). Dessa forma, estamos falando em estratégia de planejamento para potencializar as vendas! Neste caso, essas informações são sincronizadas com o sistema de CRM para controle dos leads de forma efetiva.
Aí nos deparamos com outra questão importante deste ciclo, que é elevar as vendas sem aumentar o risco de inadimplência. Hoje, a análise de crédito dos clientes é feita por processos tradicionais, que resulta em custos adicionais para acesso dessas informações, com uma base de dados limitada de consulta. Para transformar essa experiência em algo digital e imparcial (sem depender exclusivamente das conclusões de um profissional) surge, novamente, a Inteligência Artificial. Ela é capaz de avaliar cenários e o comportamento de pagamentos de clientes, não apenas pela forma como se relacionam com a empresa, mas com o mercado, em geral. Essa forma mais completa, além de segurança, previne riscos de solvência e melhora as negociações.
O empresário está mudando a forma de entender o seu negócio, em busca de uma gestão à vista, capaz de fornecer a informação certa, em tempo real, para que as melhores decisões sejam tomadas, no momento em que são necessárias. Para isso, além das áreas core, a liderança precisa olhar para os processos internos da empresa – a retaguarda, que fará todo o resto rodar perfeitamente.
É preciso estruturar a sua operação para que ela seja digital e automatizada, do back office à saída das mercadorias – tudo está interligado e tem que funcionar em um ciclo perfeito. A transformação chegou e é definitivo, sem volta! E você, já pensou nos passos em direção à Distribuição 4.0 da sua empresa?
*Dênia Kuhn Rezende é diretora executiva da PC Sistemas, empresa do grupo TOTVS
Leia nesta edição:
CAPA | TECNOLOGIA
Centros de Dados privados ainda geram bons negócios
TENDÊNCIA
Processadores ganham centralidade com IA
TIC APLICADA
Digitalização do canteiro de obras
Esta você só vai ler na versão digital
TECNOLOGIA
A tecnologia RFID está madura, mas há espaço para crescimento
Baixe o nosso aplicativo