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A linha tênue do pagamento online, a proteção contra fraudes e o comportamento humano

Cada vez mais o consumidor pede praticidade, agilidade e comodidade na hora de consumir. Como resposta e exemplo de atenção, o mercado varejista tem demonstrado constantes sofisticações na hora de disponibilizar opções inovadoras de pagamento, seja pelo meio físico assim como no online.
Entre as inovações em pagamento, a tecnologia Near Field Communication (NFC), que significa sem contato, tem apresentado um crescimento exponencial de uso. Hoje, um dos motivos por esse aumento na utilização do sistema de pagamento é a situação da pandemia, em que não ter contato com outras pessoas é a principal defesa contra o novo coronavírus.
Apesar do momento de retração econômica, proporcionada pela pandemia, em 2019, o comércio apresentou uma taxa de crescimento constante em suas operações. Como indica o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) o varejo brasileiro cresceu 1,8% em 2019 e o varejo ampliado, 3,9% em relação ao ano anterior.
No e-commerce, mesmo antes do surgimento do novo coronavírus, as vendas estavam em um processo acelerado. Conforme mostra a Ebit Nielsen, o Brasil teve o maior faturamento de comércio eletrônico na América Latina, alcançando R$ 61,9 bilhões, um crescimento de 16,3% em 2019 frente a 2018. A perspectiva para 2020 é que o e-commerce nacional movimente mais de R$ 106 bilhões e alcance um crescimento de 18% segundo a ABCOMM. Agora com a pandemia, a tendência é que esse número seja ainda maior.
Contudo e apesar da situação em que sair de casa para consumir tornou-se um grande desafio, ainda existe uma parcela da sociedade com desconfiança por questões de segurança na hora de efetuar uma compra. No relatório “Perfil de compra em 2019”, da Social Miner em parceria com a Opinion Box, 81,4% dos consumidores compram online, sendo que 55,1% optam pelo e-commerce pela praticidade. Já os 46,3% dos entrevistados que não utilizam o comércio online afirmam que o motivo é o medo das fraudes existentes.
O medo de realizar compras online pode ser justificado. Isso porque, o Mapa da Fraude de 2019, divulgado recentemente pela Clearsale, aponta que no ano passado ocorreram 45,1% de crescimento nas tentativas de fraude, sendo que 36,5% foi de aumento no valor total de pedidos em reais, com um ticket médio de R$ 1.008,00. As categorias mais expostas às tentativas de fraude foram: celulares (8,73%), bebidas (8,04%), games (7,61%) e eletrônicos (4,33%).
Analisando as tendências de compras versus fraudes, como é possível continuar disponibilizando novas formas de pagamento para atender às necessidades do consumidor e ao mesmo tempo reduzir o número de tentativas de roubos, principalmente nas compras online?
Existem milhares de alternativas tanto para consumidores quanto vendedores, desenvolvidas por empresas de TI que garantem informações, gestão e, principalmente, segurança em todo o processo de compra.
No entanto, também é importante fazer uma reflexão sobre o momento atual do consumo. Há uma mudança de comportamento no modo como estamos comprando e decidindo sobre qual é a real necessidade de ter ou não um determinado produto. A pandemia trouxe uma nova perspectiva sobre a compra, de maneira mais analítica e, principalmente, com consciência. O surto mudou o padrão das pessoas, que passaram a ter mais interesses ligados a itens de abastecimento de emergência e suprimentos de saúde.
O período de pandemia vai passar e, com ele, teremos mais uma lição de vida para nós e principalmente para os nossos futuros familiares. Mas, precisamos sempre ter a consciência de que o perigo anda junto a qualquer processo de evolução, seja humano, social ou tecnológico. E no consumo online essa teoria não pode ser deixada de lado, por se tratar de um setor que ficou vital nesse momento e tende durar como um importante meio de compras e vendas daqui para frente.
Por que escrevo isso? Pelo simples fato de que as pessoas querem cada vez mais comodidade e praticidade para realizarem suas compras, e que a tecnologia não garante sozinha a segurança de todo o processo.
Acredito que vale ressaltar sobre o que está por trás das novas exigências de consumo é o nosso comportamento em relação à compra de uma determinada loja virtual. E, para isso, a tecnologia está presente para ajudar e, principalmente, proteger.
Assim como escreveu o filósofo Jean-Jacques Rousseau, mesmo antes da razão, dois princípios básicos regem a alma humana: o sentimento de autopreservação e o sentimento de comiseração. E a tecnologia, nos dias de hoje, pode ser o terceiro princípio no que se diz respeito a proteção contra fraudes. E tudo isso depende do comportamento de cada indivíduo.
Por Gastão Mattos, líder da IDid
 
 

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