Com ou sem pandemia, pouca gente conhece as tarefas que um profissional de TI executa e percebe sua importância. Quase todas as transações pessoais e comerciais hoje em dia são digitais: processar uma venda, pedir comida em casa, chamar um táxi, reservar uma viagem, pagar o salário ou postar uma foto em uma rede social exigem um especialista de TI.
A crise, porém, pôs à prova a capacidade de muitas empresas de sobreviver, e de governos de governar. E nesse cenário o profissional de TI está sendo exigido de forma muito mais intensa.
Cada setor está sendo atingido de uma maneira, com maior ou menor prejuízo para o negócio. Milhares de empresas tiveram de fechar suas portas, e a pressão em todas as áreas é enorme: na área comercial para vender mais, na financeira para gastar menos e na de serviços para entregar melhor. Mas em todas elas a TI é fundamental. Sairão melhores desta crise os que conseguirem ser mais inovadores.
De início, ao mandar seus funcionários para casa, o primeiro desafio foi mantê-los produtivos. Os profissionais de TI correram a personalizar computadores para acessar remotamente os dados e aplicações da empresa. Esse trabalho veio acompanhado de ajustes na infraestrutura para suportar acessos remotos e a carga adicional que vem de fora da empresa.
Em seguida veio a preocupação com a segurança. Ataques de hackers cresceram com a vulnerabilidade aumentada pelos acessos além dos limites do firewall das empresas. Com isso, aumentou também o trabalho dos especialistas de TI para melhorar a segurança e blindar seus dados de ataques de criminosos.
Depois de dois meses com as lojas fechadas, varejistas estão correndo para desenvolver sites de comércio eletrônico. As escolas se apressaram a colocar no ar plataformas de ensino a distância. Os eventos foram transmitidos por canais digitais. Toda essa transformação teve de ser feita com muita velocidade por profissionais de TI.
Durante a pandemia, muitas empresas já estão se preparando para a nova realidade que virá com o fim do isolamento. É possível que após um breve período já estejamos viajando a lazer para os mesmos destinos de antes. Mas muitas viagens a trabalho serão substituídas pelas já corriqueiras reuniões por videoconferência. Quando os shoppings reabrirem, muitos de nós voltaremos a comprar normalmente nas lojas. Mas a parcela da população que iniciou suas compras on-line durante esse período deverá seguir com esse hábito.
Os alunos voltarão para as escolas, mas aulas de reforço serão feitas pelo EAD – Ensino a Distância. Algumas instituições de ensino colocarão ainda mais foco nessa modalidade. O teletrabalho, raro no Brasil até por conta da legislação trabalhista, deverá se tornar mais popular. O governo deve se digitalizar ainda mais rapidamente para oferecer melhores serviços aos cidadãos sem a necessidade de que estes se desloquem até repartições públicas.
Será necessária muita inovação, muita velocidade na transformação de diversos setores, e a tecnologia será fundamental para que isso aconteça. Hoje existem aproximadamente 850 mil profissionais de TI no Brasil. Eles desenvolvem sistemas e aplicações, garantem a segurança dos dados, protegem contra ataques e conectam pessoas e empresas.
Esse período de reclusão é o início de uma mudança que não vai acabar com o fim da pandemia. As novas rotinas e os novos hábitos de consumo estão provocando mudanças na forma de nos relacionar com outras pessoas, empresas e poder público. As compras pela internet, aulas remotas, home office, videoconferências e até atendimento médico remoto são realidades que já fazem parte do nosso futuro.
Essas transformações reforçam a percepção de como é importante o desempenho da tecnologia e dos profissionais de TI. Além disso, as circunstâncias também são favoráveis para o surgimento e aprimoramento de outras profissões, que vão tornar o mercado mais preparado, dinâmico e eficiente para lidar com um mundo, a sociedade e consumidores cada vez mais digitalizados.
Por Eduardo Gallo, presidente da Service IT
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