O cerco que o Ocidente, capitaneado pelos EUA, vem fazendo contra a China pode ser um tiro no pé. Diante de tanta hostilidade, o país asiático se vê forçado a buscar a autossuficiência tecnológica e não depender de forças estrangeiras. É bom lembrar da resiliência desse povo, que em 40 anos saiu da pobreza para ser a segunda maior economia do mundo – em dezembro de 1978, o comitê central do Partido Comunista Chinês (PCC) tornou a modernização econômica sua maior prioridade.
No fim de outubro último, o mesmo PCC divulgou o seu Plano Quinquenal, que tem como base a autossuficiência. A China decidiu que fará de tudo para não depender mais de tecnologia importada, o que significa altos investimentos em pesquisa e desenvolvimento. O consumo interno é quem financiará essa iniciativa – são 1,4 bilhão de consumidores. “A autossuficiência tecnológica é o suporte estratégico para o desenvolvimento nacional”, disse um comunicado no final de um encontro de quatro dias dos principais líderes do PCC, liderado pelo presidente Xi Jinping.
Nesta segunda-feira (30/11), a China anunciou que fez mais avanços em seu processo de fabricação de chips de 7 nm (nanômetro), supostamente desenvolvendo ferramentas para vários segmentos do processo de fabricação, conquistas que surgem em meio aos esforços para reduzir a dependência de fornecedores de equipamentos e materiais estrangeiros.
No mês passado, a Innosilicon, fornecedora de soluções de personalização de chips da China, anunciou que havia gravado e concluído o teste de um protótipo de chip baseado no processo FinFET N + 1 da Semiconductor Manufacturing International Corporation (SMIC), maior fabricante local de semicondutores. Essa conquista marca um novo passo no desenvolvimento de chips domésticos da China.
O domínio da tecnologia de 7 nm também significará melhorias na produção atual de chips de 14 nanômetros da SMIC, com um aumento de 20% no desempenho, redução do consumo de energia de 57%, redução da área lógica de 63% e redução da área de SoC (tomada do sistema) de 55%, de acordo com a empresa.
Além disso, esse desenvolvimento permitirá que a SMIC rompa sua dependência de máquinas de litografia ultravioleta extrema (EUV) avançadas, que são produzidas pelo fabricante holandês de máquinas de microchip ASML, disse Liang Mengsong, co-presidente executivo da SMIC. A ASML está sujeita aos controles de exportação dos EUA, pois seus produtos contêm tecnologia dos EUA. Ao mesmo tempo, a China está trabalhando muito para desenvolver o próprio sistema de litografia.
O Instituto de Nanotecnologia e Nanobiônica de Suzhou, ligado à Academia Chinesa de Ciências (Sinano), juntamente com o Centro Nacional de Nanociência e Tecnologia, anunciou recentemente um avanço em um novo tipo de tecnologia de litografia a laser de 5 nanômetros. Os especialistas acreditam que ele pode lançar as bases para a pesquisa de uma máquina de litografia avançada desenvolvida por eles mesmos.
Serviço
www.china.org.cn
Leia nesta edição:
CAPA | TECNOLOGIA
Centros de Dados privados ainda geram bons negócios
TENDÊNCIA
Processadores ganham centralidade com IA
TIC APLICADA
Digitalização do canteiro de obras
Esta você só vai ler na versão digital
TECNOLOGIA
A tecnologia RFID está madura, mas há espaço para crescimento
Baixe o nosso aplicativo