Muitas empresas só se preocupam com a segurança após sofrer um ataque, o que pode resultar em prejuízos financeiros e de reputação. Para evitar esses problemas, elas têm investido cada vez mais em práticas de Application Security (Segurança de Aplicações, em português) que consistem em incorporar mecanismos de segurança desde o início do processo de desenvolvimento, ou seja, inserir segurança em todas as fases do ciclo de vida de um software.
Para Luiz Henrique Custódio, líder técnico na Conviso, empresa que desenvolve produtos e presta serviços que auxiliam na prevenção e remediação de vulnerabilidades em sistemas, protegendo-os contra ciberataques, fica claro que observar a segurança antes de um aplicativo estar pronto é muito mais vantajoso para o empresário do que somente ao final do processo, como a ampla maioria o faz.
“Muitas empresas já sofreram o impacto de um ataque quando procuram as proteções. Contudo, o processo para corrigir as ameaças do software exige retroceder várias etapas no processo de desenvolvimento e realizar complementações para fechar brechas existentes. Muitas vezes é até mesmo necessário reescrever grande parte do código, um retrabalho desnecessário”.
Assim, ao considerar a criação de um novo software, é essencial que a empresa incorpore a segurança em cada fase do ciclo de criação, indo desde o levantamento de requisitos (primeira fase que analisa o que o app irá realizar) até o deploy (produção e entrega final).
“Por que esperar para pensar em segurança após o final do processo? É muito mais eficaz e barato incorporá-la desde o início e em todas as fases do desenvolvimento. Ao integrar práticas de AppSec, podemos identificar e mitigar riscos antes que eles representem problemas graves. Isso ajuda a prevenir ataques, proteger dados sensíveis, estar em conformidade com legislações e diretrizes e garantir que a aplicação seja segura e confiável para os usuários desde o começo”, diz Custódio.
O especialista explica que, para desenvolver soluções preventivas, aplica-se práticas como a “modelagem de ameaças”. “De modo comparativo, funciona assim: quando você vai estacionar seu carro, considera se o local é seguro e se há medidas a serem tomadas para proteger o veículo. Da mesma forma, na modelagem de ameaças, você antecipa problemas e cria estratégias para evitar riscos”, compara Luiz Henrique Custódio.
Para criar um processo de segurança ainda mais robusto, a Conviso indica que as empresas procurem o apoio de profissionais qualificados ou empresas que deem esse tipo de suporte. “Isso é importante, pois auxilia as empresas a desenvolverem um programa de segurança de aplicação que melhore a maturidade e a segurança. Assim, elas podem focar no desenvolvimento do seu sistema. Ganha-se em qualidade e tempo”, ressalta o líder técnico.
Plataformas ajudam a proteger softwares
Muitos recursos são utilizados para construir uma estratégia de segurança eficaz. No caso da Conviso, por exemplo, no coração das operações está a Conviso Platform Application Security Posture Management (ASPM), que centraliza a gestão de maturidade de segurança de aplicações. “Essa categoria de solução atua diretamente na gestão da postura da segurança de aplicações, auxiliando na gestão contínua dos riscos do negócio, fornecendo uma visão holística dos riscos associados a cada aplicação, ajudando na priorização de atuação e integrando vários sistemas e informações em um único local”, afirma Custódio.
Hackers do bem identificam vulnerabilidades
Luiz Custódio também destaca a contratação de “hackers do bem” como uma camada adicional de proteção. “Esses especialistas ajudam a identificar vulnerabilidades e prevenir ataques cibernéticos”, diz Custódio. Essa prática é mais comum do que se imagina e extremamente eficaz. No Brasil, há uma onda crescente de adesão a programas de “bug bounty”, que recompensam os pesquisadores de segurança e hackers éticos por encontrar e reportar vulnerabilidades em software, sistemas ou plataformas antes que elas possam ser exploradas por pessoas mal-intencionadas. “É uma prática comum entre empresas e organizações que buscam melhorar a segurança de seus produtos”.
Empresas como Nubank, C6, TIM e OLX contratam hackers éticos para encontrar e corrigir vulnerabilidades, demonstrando a eficácia dessa abordagem. Essas iniciativas oferecem recompensas que podem chegar a R$15 mil no Brasil, com valores internacionais podendo superar os US$100 mil.
“Os programas de recompensas mostram que a cultura de segurança está se fortalecendo. Empresas e governos estão cada vez mais conscientes da necessidade de testar suas defesas contra cibercriminosos”, explica Custódio.
Consciência de Segurança
Por fim, o ideal para toda empresa de desenvolvimento de software, segundo o especialista da Conviso, é desenvolver uma “cultura de segurança”. “Essa cultura não é apenas uma série de práticas ou medidas pontuais, mas um compromisso contínuo com a proteção de Dados e sistemas. Envolver todos os níveis da organização na conscientização sobre segurança cibernética é essencial para identificar e mitigar ameaças”.
Custódio destaca, ainda, que implementar treinamentos regulares, promover a comunicação aberta sobre possíveis riscos e estabelecer políticas claras de segurança são passos mais do que necessários. “Uma empresa com uma cultura de segurança sólida consegue responder rapidamente a incidentes e reduzir a probabilidade de ataques bem-sucedidos. Ao integrar a segurança em cada etapa do desenvolvimento de software, a organização garante que a proteção dos dados esteja sempre em primeiro lugar.”
Sobre o mercado de segurança de aplicações
O mercado de segurança de aplicações (AppSec) deve crescer, em todo o planeta, de US$ 11,62 bilhões em 2024 para US$ 25,92 bilhões em 2029, segundo relatório da Mordor Intelligence. De olho nessa expansão, a brasileira Conviso, que já atua em 22 países, projeta uma expansão de 150% em dois anos.
Serviço
www.convisoappsec.com
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