A crescente oferta de satélites de órbita terrestre baixa (LEO) está transformando diversos setores, incluindo: telecomunicações, observação da Terra, navegação e sensoriamento remoto.
Com o avanço da tecnologia, esses satélites se tornaram essenciais para fornecer conectividade global e soluções inovadoras para desafios complexos.
Segundo um relatório da Mordor Intelligence, o mercado de satélites LEO deverá crescer de US$ 176,98 bilhões em 2024 para US$ 284,39 bilhões até 2029. A taxa de crescimento anual composta (CAGR) deve ser de 9,95% durante o período de previsão.
Para entender melhor esse fenômeno, entrevistamos Vinicius Silva da Cruz, engenheiro mecânico e docente do curso Técnico em Desenvolvimento de Sistemas do Senac EAD.
Ele é um estudioso da área e nos explicou as implicações desse crescimento e os avanços tecnológicos que impulsionam o desenvolvimento dos satélites LEO.
Satélites LEO: saiba o que são e como funcionam
“Os satélites LEO são uma categoria de satélites que orbitam a Terra em altitudes relativamente baixas, geralmente entre 180 e 2.000 quilômetros”, explica Cruz.
Ele comenta que “essa proximidade com o nosso planeta oferece várias vantagens, incluindo menor latência, maior velocidade de transmissão de dados e cobertura global”.
Segundo o professor, diferentemente dos satélites geoestacionários (GEO), que ficam a mais de 35 mil quilômetros de altitude e cobrem uma região fixa, os LEOs se movem rapidamente, formando constelações.
“Essa movimentação contínua permite transferências perfeitas entre satélites, garantindo conectividade ininterrupta para os usuários”, sintetiza Cruz.
As principais aplicações dos satélites LEO
Cruz comenta que os satélites LEO são ideais para aplicações que exigem a transmissão em tempo real, como videoconferências e partidas de jogos online.
Sendo assim, nas palavras do engenheiro, as principais aplicações dos satélites LEO são:
Internet de alta velocidade
“Os satélites LEO oferecem banda larga de alta velocidade para regiões remotas e mal servidas, onde a infraestrutura terrestre é limitada”;
Telemedicina e EAD
“Esses serviços, de saúde e educação, são cada vez mais procurados na América Latina, especialmente em áreas rurais”;
Conexão celular em locais remotos
“Os satélites LEO permitem ampliar a cobertura e eficiência das redes móveis, melhorando a qualidade dos serviços”;
Aplicações de sensoriamento remoto
“Setores como agropecuária e mineração exploram aplicações que exigem conectividade via satélite com menor latência”.
Conheça importantes soluções de conectividade via satélite
Conforme explica Cruz, há algumas empresas que já operam oferecendo soluções de conectividade via satélite LEO. Uma das principais é a mega constelação Starlink, projeto do bilionário Elon Musk.
Segundo o docente do Senac EAD, “a Starlink oferece internet de alta velocidade globalmente, incluindo algumas áreas do Brasil. Os usuários podem adquirir kits de antenas e terminais para se conectar à rede”.
Cruz também comentou que um serviço similar será lançado em breve pela Amazon: “Chamado de Kuiper, o projeto será semelhante à Starlink, com milhares de pequenos satélites em órbita baixa para fornecer conectividade em áreas remotas e rurais”.
De maneira geral, podemos dizer que os satélites LEO são relevantes e têm um papel de destaque no fornecimento de conectividade, especialmente em áreas remotas. O agronegócio é uma das principais áreas impulsionadas pela conectividade fornecida pelos satélites LEO.
Futurecom Digital | 30 Jul, 2024
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