Os empresários do Interior de São Paulo estão otimistas e esperam crescimento da economia e dos negócios para o ano de 2024. O quadro foi revelado nesta terça-feira, 20, durante o evento Plano de Voo, realizado no Sírius, em Campinas, e organizado pela Amcham Interior de São Paulo, com a participação de empresários, executivos e presidentes de empresas. Representantes de quatro setores de negócios falaram durante painel sobre expectativas, investimentos e tendências para os próximos anos. Tatiana Pinheiro, Economista LatAm da Galapagos Capital, apresentou cenários e fatores a serem considerados no planejamento estratégico das empresas.
Os empresários brasileiros estão otimistas sobre os resultados dos seus negócios para 2024 e indicam como prioridades para o governo o equilíbrio fiscal, a regulamentação da reforma tributária e a segurança jurídica. É o que revela pesquisa inédita da Amcham Brasil, com 775 líderes empresariais, lançada no último dia 5, em encontro da entidade na sede da B3, a Bolsa de Valores do Brasil.
A pesquisa “Plano de Voo Amcham 2024″, conduzida entre 3 e 18 de janeiro, entrevistou principalmente CEOs, sócios e diretores de grandes e médias empresas em todo o Brasil. Entre os participantes, 93% esperam crescimento nas receitas de suas empresas neste ano, sendo que quase metade deles projeta aumento acima de 15%. O resultado positivo decorreria de aumento de vendas no mercado interno (72%), maior capacidade de produção ou prestação de serviços (49%) e ganho de eficiência ou redução de custos (49%), entre outros motivos.
“Em linha com o otimismo refletido na pesquisa da Amcham e Poder Data, pudemos ouvir também dos empresários com negócios no interior que os investimentos continuam e há razões para se ter um ótimo primeiro semestre. O Estado de São Paulo tem grandes oportunidades com a transição energética, tecnologia de ponta e um mercado consumidor robusto”, disse Willy Lobbe, superintendente da Amcham Interior de São Paulo.
Em sua apresentação, Tatiana falou sobre a economia macro nacional e internacional e apresentou números e gráficos que devem ser analisados e colocados no radar das empresas, tanto na hora do planejamento como expectativas de negócios. Segundo ela, existem alguns desafios e pontos a serem monitorados no âmbito externo, especialmente em relação a taxa de juros nos Estados Unidos e Europa, risco decorrentes das eleições (40% da população mundial estará envolvida com eleições neste ano), impactos de fatores climáticos na economia mundial, dentre outros, e o risco fiscal nos Estados Unidos.
Por outro lado, lembrou que a previsão é de que os Estados Unidos devam realizar até cinco cortes na taxa de juros até o final do ano, o que reduz o custo do dinheiro e beneficia as nações em desenvolvimento, dentre elas o Brasil.
No âmbito interno, destacou que o Brasil vive uma situação mais confortável em relação ao passado, tendo a seu favor o índice de liquidez (mesmo pagando todas as contas, o País ainda teria US$ 40 bilhões a receber), redução da dívida externa, balança superavitária, além da reserva do Tesouro Nacional (hoje tem em caixa volume para pagar 108 meses da dívida pública), além das reformas promovidas desde 2016.
Entre os fatores de risco para o crescimento da economia, pontuou o risco fiscal do governo federal, com a dívida voltando a subir, problemas com mão-de-obra qualificada e aumento das temperaturas, que pode reduzir o crescimento de alguns setores do agronegócio, com impacto no Produto Interno Bruto (PIB).
Empresas
Representantes de quatro segmentos da economia convidados para falar sobre suas perspectivas, durante painel conduzido por sócios da Delloite, foram unânimes em dizer que o ano de 2024 é visto como positivo, mas com desafios cada vez maiores.
Alessio Mainardi, CEO da Zuchetti, empresa multinacional de tecnologia, contou que há um otimismo em relação a este ano, mas pregou cautela e pé no chão. “O Brasil tem um grande potencial na área de inovação e olhamos a médio e longo prazo”, disse. Ele disse que a empresa fez sete aquisições nos últimos anos e que essa postura será mantida, com novas compras. “Temos negociações avançadas”, revelou.
Alex Mc Lenan, CEO da GE Power Conversion, disse que a companhia estadunidense está em uma fase de reestruturação, com a divisão do grupo em três unidades de negócios: heltcar (concluída no ano passado), aviação (no segundo trimestre deste ano) e verde (que englobará 12 unidades de negócios voltados para energia. Esta última divisão envolve as unidades da Gevisa ( de Campinas e de Taubaté, ambas com cerca de 800 funcionários.
Mc Lenan também revelou que a GE já desembolsou cerca de US$ 1,5 bi em descarbonização, dentro de uma política voltada para a visão do ESG.
Gustavo Rela, diretor-geral da Mars Pet Nutrition, falou sobre a expectativa da empresa e do segmento no qual atua, onde existem mais de 120 milhões de animais domésticos. “O Brasil é hoje o terceiro maior mercado mundial e as oportunidades neste setor vão explodir”.
Ele disse que outra preocupação da companhia é com a redução da emissão de carbono. “Já fizemos investimentos de R$ 2,2 milhões em diversas ações e nossa meta é chegar a Carbono Zero em 2050”.
Thiago Sugahara, gerente de ESG e Stakeholders GWM Brasil, multinacional automotiva chinesa, disse que as expectativas para 2024 e os próximos anos são positivas. Ele mencionou o crescimento do setor de carros eletrificados no País. “Em 2009, tínhamos 600 carros vendidos no Brasil e em 2023 o País atingiu a marca de 95 mil unidades. Acreditamos que até o final de 2023 possa chegar a 200 mil unidades”.
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