Big Techs se comprometem a combater conteúdos enganosos de IA nas eleições

Na última sexta-feira (16/2), na Conferência de Segurança de Munique (MSC), na Alemanha, as principais empresas de tecnologia se comprometeram a ajudar a evitar que conteúdo enganoso de IA interfira nas eleições globais deste ano, nas quais mais de 4 bilhões de pessoas em mais de 40 países votarão.

O “Acordo Tecnológico para Combater o Uso Enganoso de IA nas Eleições de 2024” é um conjunto de compromissos para implementar tecnologia contra conteúdo prejudicial gerado por IA destinado a enganar os eleitores. Os signatários se comprometem a trabalhar de forma colaborativa em ferramentas para detectar e abordar a distribuição online desse tipo de conteúdo de IA, impulsionar campanhas educacionais e fornecer transparência, entre outras medidas concretas. Também inclui um amplo conjunto de princípios, incluindo a importância de rastrear a origem de conteúdo eleitoral enganoso e a necessidade de aumentar a conscientização pública sobre o problema. O acordo é um passo importante para proteger as comunidades online contra conteúdo de IA prejudicial e se baseia no trabalho contínuo das empresas individuais.

O conteúdo digital abordado pelo acordo consiste em áudio, vídeo e imagens gerados por IA que falsificam ou alteram enganosamente a aparência, a voz ou as ações de candidatos, políticos, autoridades eleitorais e outras partes interessadas em uma eleição democrática, ou que fornecem informações falsas aos eleitores sobre quando, onde e como podem votar.

A partir de hoje, os signatários são: Adobe, Amazon, Anthropic, Arm, ElevenLabs, Google, IBM, Inflection AI, LinkedIn, McAfee, Meta, Microsoft, Nota, OpenAI, Snap, Stability AI, TikTok, TrendMicro, Truepic e X.

As empresas participantes concordaram com oito compromissos específicos:

– Desenvolvimento e implementação de tecnologia para mitigar riscos relacionados ao conteúdo fraudulento de AI Election, incluindo ferramentas de código aberto, quando apropriado.

– Avaliar modelos no escopo deste acordo para entender os riscos que eles podem apresentar em relação ao Conteúdo Eleitoral de IA enganosa.

– Buscar detectar a distribuição desse conteúdo em suas plataformas.

– Buscar abordar adequadamente esse conteúdo detectado em suas plataformas.

– Promover a resiliência intersetorial para conteúdo eleitoral de IA enganosa.

– Dar transparência ao público sobre como a empresa lida com isso.

– Continuar a se envolver com um conjunto diversificado de organizações globais da sociedade civil e acadêmicos.

– Apoiar os esforços para promover a conscientização pública, a alfabetização midiática e a resiliência de toda a sociedade.

– Estes compromissos aplicam-se sempre que sejam relevantes para os serviços prestados por cada empresa.

“As eleições são o coração pulsante das democracias. O Acordo Tecnológico para Combater o Uso Enganoso de IA nas eleições de 2024 é um passo crucial para promover a integridade das eleições, aumentar a resiliência da sociedade e criar práticas tecnológicas confiáveis”, disse o embaixador Christopher Heusgen, presidente da Conferência de Segurança de Munique. “A MSC tem orgulho de oferecer uma plataforma para que as empresas de tecnologia tomem medidas para controlar as ameaças emanadas da IA, ao mesmo tempo em que a empregam para o bem democrático”, completou.

“A transparência gera confiança”, disse Dana Rao, conselheira-geral e diretora de Confiança da Adobe. “É por isso que estamos entusiasmados em ver esse esforço para construir a infraestrutura de que precisamos para fornecer contexto para o conteúdo que os consumidores estão vendo online. Com as eleições acontecendo em todo o mundo este ano, precisamos investir em campanhas de alfabetização midiática para garantir que as pessoas saibam que não podem confiar em tudo o que veem e ouvem online, e que existem ferramentas para ajudá-las a entender o que é verdade”, comentou.

“A democracia depende de eleições seguras e protegidas”, disse Kent Walker, presidente de Assuntos Globais do Google. “O Google apoia a integridade eleitoral há anos, e o acordo de hoje reflete um compromisso do lado da indústria contra a desinformação eleitoral gerada por IA que corrói a confiança. Não podemos deixar que o abuso digital ameace a oportunidade geracional da IA de melhorar nossas economias, criar novos empregos e impulsionar o progresso na saúde e na ciência”, observou.

“As campanhas de desinformação não são novas, mas neste ano excepcional de eleições – com mais de 4 bilhões de pessoas indo às urnas em todo o mundo – medidas concretas e cooperativas são necessárias para proteger as pessoas e as sociedades dos riscos amplificados de conteúdo enganoso gerado por IA”, disse Christina Montgomery, vice-presidente e diretora de Privacidade e Confiança da IBM. “É por isso que a IBM reafirmou hoje nosso compromisso de garantir uma IA segura, confiável e ética, assinando o ‘Acordo Tecnológico para Combater o Uso Enganoso de IA nas Eleições de 2024’ ao lado de colegas da indústria na Conferência de Segurança de Munique”, salientou.

“Com tantas eleições importantes ocorrendo este ano, é vital que façamos o que pudermos para evitar que as pessoas sejam enganadas por conteúdo gerado por IA”, disse Nick Clegg, presidente de Assuntos Globais da Meta. “Esse trabalho é maior do que qualquer empresa e exigirá um esforço enorme da indústria, do governo e da sociedade civil. Espero que este acordo possa servir como um passo significativo da indústria para enfrentar esse desafio”, completou.

“À medida que a sociedade abraça os benefícios da IA, temos a responsabilidade de ajudar a garantir que essas ferramentas não se tornem armas nas eleições”, disse Brad Smith, vice-presidente e presidente da Microsoft. “A IA não criou engano eleitoral, mas devemos garantir que ela não ajude o engano a florescer”, afirmou.

“Estamos comprometidos em proteger a integridade das eleições, aplicando políticas que impeçam abusos e melhorando a transparência em torno do conteúdo gerado por IA”, disse Anna Makanju, vice-presidente de Assuntos Globais da OpenAI. “Estamos ansiosos para trabalhar com parceiros da indústria, líderes da sociedade civil e governos em todo o mundo para ajudar a proteger as eleições do uso enganoso de IA”, comentou.