Gastos indevidos em cloud computing tiram US$ 180 bilhões das empresas por ano

Cada vez mais essencial para as empresas, os investimentos em cloud computing serão de US$ 600 bilhões no próximo ano 一 é o que diz um estudo da consultoria Gartner. No entanto, nem sempre estes valores são bem aplicados: nos Estados Unidos, as empresas perdem US$180 bilhões por ano pela má alocação de recursos na tecnologia.

O levantamento da Pepperdata ouviu 750 empresas e constatou que 30% delas desperdiçam dinheiro por falta de otimização de gastos na nuvem. Segundo John Bonney, Chief Financial Officer da Certinia, estes serviços são fáceis de adquirir e possuem custos difíceis de controlar.

“A nuvem se adaptou ao apetite de crescimento das empresas e os engenheiros de software poderiam adquirir rapidamente o que precisavam sem burocracias, o que ajudou a acelerar os processos de inovação”, explica em coluna no Entrepreneur.

No entanto, ele aponta para um desafio causado por esta facilidade: a falta de controle nos gastos, que aumentam à medida que os serviços se tornam mais complexos. “Boa parte das empresas não entendem suas reais necessidades de cloud computing, com má visibilidade do que cada equipe faz e controle de orçamento”, aponta.

Projeções do International Data Group (IDG) apontam que o investimento na nuvem já ultrapassou US$ 3,2 bilhões e terá crescimento de 31% em 2024. Além disso, 92% das empresas do mundo inteiro já usam cloud computing. Ou seja: encontrar maneiras de economizar com esta tecnologia é central para manter a viabilidade dos negócios. Por isso, separamos cinco dicas para negócios:

Entenda se há necessidade de uma estratégia multi-cloud

Nem sempre apenas um serviço de cloud computing é usado pelas empresas, o que é chamado de estratégia multi-cloud. Por ser uma solução com custos maiores, é sempre crucial entender se há a necessidade de implementá-la no negócio para evitar gastos supérfluos.

Segundo Gisele Shinozaki Kauer, especialista em Governança de TI, esta decisão depende do ecossistema da companhia. “A base tecnológica do negócio e os serviços precisam ser considerados, além de quais SaaS (Software as a Service) serão usados no fluxo de trabalho”, explica.

Como cada provedor de serviços na nuvem oferece infraestrutura própria e pode ser necessário integrá-las 一 já que cada uma pode entregar soluções diferentes e que façam sentido apenas nela. “Entender o ecossistema da solução é importante para saber se vale a pena migrar para ela ou não. Não é só escolher o mais barato, já que cada provedor possui suas próprias vantagens e desvantagens”, conta.

Invista em treinamento para os colaboradores

Outro ponto importante para reduzir custos com cloud computing é investir na capacitação dos colaboradores. Boa parte dos provedores oferece treinamentos gratuitos ou subsidiados que ajudam o profissional a entender tudo o que a solução pode oferecer para a empresa.

“Certificações ajudam a motivar o colaborador, além destes cursos darem uma visão de como gastar menos com a tecnologia. Pode até ser um investimento inicial que assusta alguns, mas trará maior retorno a longo prazo”, explica Kauer. Além disso, ela aponta a importância de todos na empresa terem uma visão de economizar recursos para redução de gastos.

Invista em governança de TI

Outro pilar da gestão de custos em empresas é a governança de TI, usada para mensurar riscos da empresa, além da compreensão de softwares, hardwares e ativos de informação da empresa. “Ter um time focado na governança ajuda a entender quais as redundâncias necessárias ou desnecessárias da empresa, como contratações de mais de um serviço de nuvem e add-ons usados”, explica Kauer. Segundo ela, ter uma visão macro é central para não fazer contratações equivocadas.

Tenha uma área de TI alinhada com as necessidades do negócio

Outro ponto central para a economia de recursos em cloud computing apontado por Kauer é fazer com que a área de TI dialogue com as necessidades da empresa 一 tendo projeções de curto, médio e longo prazo.

“É necessário entender para onde a empresa está indo para que as decisões de TI sejam assertivas, necessárias e alinhadas. Em determinados casos, um tipo de dado e sua utilização pode atingir demandar maior investimento inicial e nas atualizações seguintes ter custos adicionais menores”, avisa.

Faça a gestão de contratos de TI

Kauer também aponta que a área de gestão de contratos de TI possui um potencial altíssimo de crescimento nas empresas nos próximos anos. Este setor não tem um olhar apenas direcionado aos prazos estabelecidos contratualmente e preços de cada solução, como também fica atento ao valor oferecido por cada solução.

“A gestão de contratos de TI analisa se eventuais renovações de contratos são necessárias, avaliando se cada produto ou serviço está atendendo às necessidades do negócio”. Além disso, ela aponta esta especialidade como central para entender se as soluções atendem aos propósitos e interesses macro da empresa, não apenas de um setor específico 一 e se há uma necessidade de cotar outras opções.