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Desmistificando os algoritmos

Os algoritmos estão presentes em todas as áreas de conhecimento. Essa fórmula é a grande responsável pela revolução, popularização, geração e distribuição de riqueza da Inteligência Artificial (IA). No entanto, apesar de estudos recentes apontarem que a implementação dessa tecnologia movimente, até 2030, uma quantia estimada em US$15 trilhões em todo o mundo, muitas pessoas ainda desviam o olhar quando a palavra “algoritmo” é mencionada, associando-a apenas à área da computação.

Mas o que é algoritmo, afinal? Trata-se nada mais que conjuntos de instruções lógicas que têm como objetivo resolver problemas específicos ou realizar tarefas. Eles são utilizados em diversos campos, tais como ciência da computação, Inteligência Artificial, matemática, engenharia e até mesmo em situações cotidianas. Sua representação pode variar, indo desde fluxogramas até códigos de programação ou códigos para IA.

A principal característica de um algoritmo é descrever uma sequência de ações a serem executadas para obter um resultado desejado. Cada passo deve ser bem definido e completo, levando em consideração todas as possibilidades e situações. Além disso, um algoritmo deve ser eficaz, ou seja, resolver o problema proposto corretamente e em um tempo razoável.

Existem algoritmos simples e complexos, fracos e fortes. Um fraco tende a ser genérico e pouco eficiente, enquanto o forte é mais efetivo e, consequentemente, mais complexo. Por exemplo, na área de IA, existem bibliotecas que visam resolver problemas de forma abrangente, porém nem sempre são efetivas para todas as situações.

Os algoritmos têm aplicações práticas e relevantes em diversas áreas, como classificação em grupos homogêneos, criptografia e desenvolvimento de códigos, entre outros. Eles podem ser compostos por diferentes estruturas, como repetições (loops), condicionais (if-else), funções e operações estatísticas, o que permite lidar com diferentes situações e tomar decisões mais precisas.

Em um mercado cada vez mais orientado por Dados e tecnologia, compreender e utilizar os algoritmos de forma adequada é essencial para o sucesso das empresas. Investir em profissionais especializados e capacitados nessa área pode trazer resultados significativos e impulsionar o crescimento e a inovação.

É importante ressaltar, no entanto, que ser um especialista em algoritmos de IA não implica automaticamente ser um especialista em codificação de computadores, e vice-versa. Essas são áreas distintas, e a confusão entre elas pode levar a apropriações indevidas e comerciais que podem causar danos e atrasos significativos para as empresas.

Um exemplo prático dos benefícios dos algoritmos, foi a experiência que vivi em uma empresa de telecomunicações. A organização perdia, mensalmente, 15 mil bons clientes e conquistava 10 mil não tão bons, no mesmo período. Além da redução da carteira, a margem dos novos clientes era menor.

Para resolver a situação, três algoritmos foram implementados. O primeiro previa, com seis meses de antecedência, os clientes que deixariam a empresa. O segundo, segmentava os que tinham risco de sair, marcando cada um deles com abordagem, produto, preço, Canal de comunicação e momento para abordagem. Já o terceiro, orientava o funcionário do call center no processo de contato com o cliente.

A implementação da estratégia de planejar contatar os clientes com maiores potenciais de negócios, bem como o melhor momento e a melhor forma de abordagem, resultou em um lucro de US$20 milhões para esta empresa que atuei. Ressaltando ainda, que esta ação contava com uma taxa de acerto de 75%.

Portanto, é necessário desmistificar a ideia de que algoritmos são exclusivos da área da computação. Eles são fundamentais para a humanidade, presentes há séculos em diversas áreas do conhecimento. Ao reconhecer seu potencial e compreender seu funcionamento, podemos explorar todo o seu poder e contribuir para o avanço da sociedade.

Por Ricardo Villaça, diretor de Inteligência Artificial da DLR – Transformação Digital com IA.

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