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Moedas digitais: a revolução natural que vai transformar o mercado financeiro

As moedas digitais emitidas por banco centrais, as famosas CBDCs (da sigla em inglês Central Bank Digital Currency), vêm sendo consideradas uma evolução natural do dinheiro e meios de pagamento em todo o mundo, transformando o modo como investimos, fazemos pagamentos e recebemos dinheiro. Ou seja, estamos acompanhando a promessa de uma das maiores revoluções nos sistemas financeiros globais, podendo ser considerado o maior avanço tecnológico do dinheiro.

Assim, há uma grande corrida em todo o mundo para implementá-las no mercado, principalmente pelos diversos benefícios que oferecem, como a redução dos custos atrelados ao papel-moeda, a inclusão financeira e de rastreabilidade, o que evita fraudes, sendo, portanto, um forte potencial para melhorar a eficiência do mercado de pagamentos.

Segundo o Banco Central do Brasil (BC), em todo o mundo, há 80 países buscando pela regulamentação das moedas digitais. Essas nações estão elaborando, ou colocaram em andamento, projetos relacionados às CBDCs. Atualmente, elas já são emitidas por bancos centrais de 11 países, como Bahamas e Jamaica. Outros 18, como Nigéria, China, Canadá, Cingapura, Índia, Uruguai estão na fase de testes.

A China já testa o seu Yuan Digital (chamado localmente de e-CNY) em diversas províncias. Em setembro de 2022, a moeda digital chinesa já havia sido utilizada por mais de 260 milhões de pessoas. A Europa realiza o ‘piloto’ de seu Euro digital desde 2021, e deve ter concluído o seu teste em 2023. Até o final de junho deste ano, a Comissão Europeia apresentará propostas para a definição e estrutura legal para o Euro digital.

Por aqui, o Real digital está em processo de desenvolvimento e com grande empenho por parte do governo brasileiro. Com um projeto-piloto já em andamento, o País deve ter a moeda digital implementada até o final de 2024. Hoje, o programa de desenvolvimento do Real Digital passa por uma série de discussões em torno de segurança, resiliência, interoperabilidade e escalabilidade. Por isso, a expectativa é que o Real digital siga o exemplo das outras criptos e estabeleça um blockchain próprio para sustentar os sistemas de transferência de ativos e compensações financeiras, garantindo uma maior segurança do sistema através de blocos cadeados, uma plataforma de tecnologia de registro distribuído (Distributed Ledger Tecnology – DLT) multiativo para operações com ativos tokenizados.

Outro ponto importante que diferencia o Brasil dos outros países é o foco da implementação da moeda digital. O Brasil não está apostando nas moedas digitais somente como um novo meio de pagamento, pois já temos soluções bastante consolidadas, como o Pix. O Real Digital se apresenta muito mais como uma solução tecnológica para oferecer uma maior eficiência nas liquidações financeiras, reduzindo custos e, principalmente, aumentando a inclusão financeira – grande gargalo brasileiro.

Há uma grande expectativa de que essa transformação, com a utilização da moeda digital no mercado, seja um estímulo à inovação do setor financeiro. Ainda existe um espaço enorme para o aprendizado e aprimoramento da tecnologia ao redor das CBDCs. Porém, essa nova ferramenta promete revolucionar o mercado como um todo, não apenas como um meio de pagamento, mas também como uma forma de atingirmos uma maior inclusão financeira.

Por Marcus Dantas, gerente de Vendas de Soluções da FIS para América Latina.

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