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Como CIOs podem ajudar a combater as mudanças climáticas

Na medida em que órgãos reguladores e os próprios consumidores exigem práticas de negócios mais sustentáveis, as empresas precisam de um facilitador interno para avançar nas práticas de ESG. Trata-se de uma grande chance para que CIOs façam a diferença em suas organizações.

De acordo com levantamento da Accenture, empresas com práticas ESG consistentes e bem definidas relatam um valor de ações 2,6 vezes maior do que a média. Ainda segundo a consultoria, com o avanço regulatório de temas relacionados ao clima, e com 98% dos consumidores acreditando que as marcas são responsáveis por tornar o mundo um lugar melhor, a pressão sobre os C-levels só tende a aumentar.

Conforme as condições climáticas se tornam mais extremas, o impacto, social, político e econômico se torna mais evidente. Em termos monetários, o impacto é imensurável.

A influência mais direta do CIO está na aquisição e no uso eficiente de todos os tipos de tecnologia em toda a empresa. Seja ao implantar infraestrutura local ou buscando fornecedores para diversos serviços e atividades, o CIO pode ter um impacto decisivo nas emissões de carbono, no consumo de energia e água, no uso de recursos escassos e no avanço de pautas políticas e sociais.
Uma contribuição vital que o CIO pode oferecer é a geração de Dados e insights climáticos e relatórios que outros C-levels precisam para tomar decisões informadas e sustentáveis. Segundo dados da BCG de 2021, apenas 9% das empresas medem suas emissões totais de forma abrangente, e segundo dados da Deloitte, quase um terço teve dificuldade em medir o impacto ambiental de suas organizações. A grande massa de dados gerada diariamente pelas organizações tem o potencial de se tornar uma ferramenta de mudança verdadeira quando analisada pelas mais recentes tecnologias e softwares de análise e IA, que são capazes de gerar insights sobre recursos, consumo e emissões de maneira muito eficiente e inteligente, quando aliadas a ao enorme poder computacional dos supercomputadores que temos hoje no mercado.

Repensar a lógica dos Data Centers é essencial. Estima-se que os Data Centers consumirão cerca de 8% da eletricidade do mundo até 2030. Embora a atualização de servidores legados, a otimização de Dados, a virtualização de cargas de trabalho, a consolidação de máquinas virtuais e a hospedagem ecológica tragam benefícios, essas estratégias não são suficientes para enfrentar as mudanças climáticas. É preciso pensar em hardware e software que sejam extremamente econômicos e longevos. Ainda, é possível reduzir a dependência energética colocando Data Centers em áreas geográficas onde o ar externo produz resfriamento natural. Data Centers submersos também já são uma possibilidade – explorar e desenvolver essas opções é tarefa clara do CIO, que precisa, novamente, pensar no longo prazo dos investimentos de sua organização.

A economia circular pode ser um trabalho conjunto de outras lideranças com o CIO. Isso significa estabelecer cadeias de suprimentos de negócios e TI com foco na otimização da vida útil dos equipamentos, avançando em direção à reciclagem de ciclo fechado com emissão zero. Na AMD, por exemplo, desde 2020 a quantidade de resíduos provenientes de nossas atividades vem sendo reduzida ano após ano, e já alcançamos o marco de a quantidade de resíduos enviados para reciclagem superar em muito a quantidade descartada.

Além de tudo isso, é tarefa imprescindível para os CIOs pressionar parceiros, clientes e fornecedores a também adotarem ações fortes pelo clima em suas organizações. A tendência é que ações práticas de ESG sejam uma vantagem competitiva real entre fornecedores tentando conquistar um cliente, por exemplo. Negociar metas e objetivos com a cadeia de suprimentos é um passo importante. Tanto que 100% das fábricas de fornecedores da AMD terão uma auditoria da Responsible Business Alliance (RBA) até 2025, e 80% desses fornecedores estarão utilizando energia renovável até no mesmo prazo.

Trata-se de um conjunto de tarefas árdua cujos resultados ainda não podem ser vistos e medidos. No entanto, ainda no futuro próximo, estas iniciativas não apenas poderão ser medidas como devem despontar como indicadores essenciais para a condução dos negócios em todo o mundo, posicionando aqueles que já estão nesta jornada à frente da concorrência.

Por Alexandre Amaral, diretor de Cloud & Data Center na AMD.

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