Em desenvolvimento e com lançamento previsto para 2024, o Real Digital, nova moeda eletrônica emitida pelo Banco Central, deve ter aceitação ainda mais rápida do que o sistema de pagamentos instantâneo Pix no Brasil. É o que afirma o especialista em tecnologia para mercado financeiro, Luiz Fernando Maluf, diretor de Banking, Financial Services & Insurance (BFSI) da dataRain, empresa brasileira 100% orientada à computação em Nuvem, e o mais certificado parceiro da Amazon Web Services (AWS) na América Latina.
De acordo com o especialista, com o desenvolvimento da moeda no modelo de CBDC, (sigla em inglês para Central Bank Digital Currency – Moeda Digital do Banco Central), o Brasil se une a uma tendência mundial, já que mais de 80 bancos centrais ao redor do planeta estão desenvolvendo moedas digitais. “Há fortes indícios de que a adoção do Real Digital ocorrerá numa velocidade ainda maior que aquela verificada quando da implementação do Pix, e resultará em novos modelos de negócios para as instituições financeiras e para os consumidores em vários segmentos da economia”, disse Maluf.
Já consolidado como o meio de pagamento mais usado pelos brasileiros, o pix, quando completou dois anos de existência, em novembro do ano passado, já totalizava 26 bilhões de transações, que movimentaram R$ 12,9 trilhões. “Esta é uma tendência cada vez mais forte. Podemos dizer que o Brasil vive uma nova fase de digitalização financeira e o brasileiro está cada vez mais habituado a realizar transações imediatas e sem pagar taxas por isso. Além disso, outro indicador é o registro de queda vertiginosa do uso de papel-moeda. Hoje, este tipo de operação representa apenas 3% de todas as realizadas no País”, ressaltou.
Maluf esclarece que o Real Digital não é uma criptomoeda, mas uma moeda soberana digital que vai substituir o Real em sua forma tradicional, cédula impressa ou moeda. “É um processo que requer a harmonização e padronização, pois são criadas CBDCs em diversos países ao redor do mundo. A China, por exemplo, é o país que reporta o maior avanço, com este tipo de moeda, já em uso em quatro províncias”.
Desenvolvido para ser implantado no ambiente de depósito à vista (M1) das instituições financeiras, o Real Digital irá proporcionar total rastreabilidade das operações financeiras, dificultando ao máximo a lavagem de dinheiro e com total caracterização da origem e natureza das operações.
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