Resultado de um aporte da ordem de R$ 16 milhões advindos da Lei de Informática, o Hub foi inaugurado na Unicamp e foi criado com o objetivo de desenvolver e disseminar conhecimento sobre tecnologias capazes de integrar diversos recursos de inteligência em dispositivos móveis, tornando-os hábeis em tomar decisões e, assim, efetivamente inteligentes. Cabe aos pesquisadores da universidade produzir e disseminar o conhecimento tecnológico e ao Eldorado o desenvolvimento dos protótipos das aplicações. O espaço será utilizado por cerca de 50 pesquisadores.
Atualmente, a capacidade computacional de dispositivos móveis multipropósito, como os smartphones, é equiparável à de equipamentos computacionais robustos de um passado recente. Esse aumento da capacidade e também de comunicação trazem significativo poder de processamento e de sensoriamento com recursos embarcados. Assim, esses equipamentos são capazes de monitorar o ambiente, gerando uma quantidade de dados que permite seu uso para a implantação de arquiteturas cognitivas.
“Em conjunto, tais equipamentos, com mais de 230 milhões de smartphones habilitados no Brasil, podem ser usados para entender comportamentos de seus usuários, mas também tendências futuras de desenvolvimento urbano, econômico e social, trazendo informações importantes para dirigir o planejamento do desenvolvimento econômico, social e tecnológico futuros”, destaca Leandro Villas, professor do Instituto de Computação (IC) da Unicamp.
Na visão de Mário Henrique Reino Cintra, gerente de P&D do Eldorado, esse projeto é de grande importância para a indústria nacional no desenvolvimento de aplicações móveis. “Em seu curto período de existência, o H.IAAC desenvolveu protótipos das primeiras arquiteturas cognitivas para o sistema operacional Android. Os testes revelaram não apenas as potencialidades dessas arquiteturas, mas as oportunidades e os muitos desafios de pesquisa e desenvolvimento a serem superados, grande parte deles associados a tecnologias que ainda estão em desenvolvimento pela indústria, justificando, assim, investimentos de longo prazo no Hub”.
Entre as oportunidades identificadas destacam-se a evolução e a constante mudança das tecnologias e arquiteturas associadas à materialização dos ambientes inteligentes nas suas diversas formas, incluindo Indústria Inteligente (Indústria 4.0), Cidades Inteligentes, Agricultura Inteligente, Casas e Prédios Inteligentes e Sistemas de Transporte Inteligentes.
Diônes Lima, vice-presidente da Softex, lembra que estamos entrando na era da concorrência “robótica”. “Entretanto, a maioria das aplicações atuais de robôs autônomos considera uma faixa muito limitada de autonomia em razão das abordagens cognitivas mais modernas estarem aquém de arquiteturas cognitivas completas ou distantes da realidade de uso do mercado. Com o H.IAAC temos a oportunidade de posicionar o Brasil como um fornecedor de soluções tecnológicas desta natureza, uma vez que é limitado o número de cérebros atuando nessa área em todo o mundo. O Hub, que inicia suas atividades voltado para o mundo mobile, pode expandir sua atuação para autonomia robótica”, conclui.
O projeto de pesquisa do H.IAAC está dividido em sete linhas sinérgicas de pesquisa: Arquiteturas Cognitivas, Aprendizado em Arquiteturas Cognitivas, Aprendizado Distribuído, Representação de Conhecimento, Processamento de Linguagem Natural, IA para Finanças, IA para Marketing.
Participam da iniciativa 23 professores especialistas em IA, Arquiteturas Cognitivas, sensores e IoT, dos quais cinco estão listados entre os 2% dos cientistas mais influentes do mundo segundo estudo da Stanford University.
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