Nesses últimos anos, muitas empresas tiveram que se adaptar a novos modelos de negócios, uma vez que os modelos em que atuavam já não as atendia mais. Para sobreviver nos tempos incertos de pandemia, muitas se tornaram online, alavancando o e-commerce. E, mesmo antes disso, houve uma mudança na exigência dos consumidores. Eles passaram a apresentar necessidades específicas e um novo comportamento de compra. Isso as levou a terem que mapear a jornada do cliente, ajustando suas estratégias de negócios e ofertas para atender a essas novas demandas.
Para dar um exemplo deste novo consumidor, vamos imaginar uma pessoa nascida a partir de 1997, pertencente à chamada geração Z. Esta pessoa já nasceu conectada digitalmente e com um comportamento de compra centrado em valores, ou seja, ela quer uma experiência de compra on-line totalmente personalizada e quer comprar de uma empresa que demonstre total compromisso com sustentabilidade e responsabilidade social. Além disso, é uma geração que tem uma preocupação maior com o bem-estar do que as gerações anteriores. Tudo isso influencia os novos modelos de negócios.
Como a empresa pode se adaptar a esses novos consumidores?
1. Conhecendo bem o seu público-alvo: compreendendo as necessidades e comportamentos de compra e ajustando suas estratégias de negócios para atender a essas demandas.
2. Oferecendo experiências personalizadas: buscando uma experiência única e relevante para cada cliente.
3. Sendo flexível: estando abertas às mudanças e prontas para ajustar suas estratégias de acordo com as tendências de mercado e seus consumidores.
4. Criando uma presença on-line forte: isso é crucial para alcançar os consumidores e se conectar a eles.
5. Adotando a tecnologia: entendendo como o uso de inteligência artificial e análise de dados pode melhorar a eficiência e a eficácia das operações, bem como oferecer soluções personalizadas aos clientes.
Essa adaptação é uma jornada contínua. Para sobreviver em um cenário repleto de incertezas, as empresas precisam estar dispostas a mudar e evoluir de acordo com as transformações no mercado e a demanda dos consumidores. Para isso, elas devem focar em modelos de negócios resilientes, que são aqueles que têm a capacidade de fazer rápidas mudanças, recuperar-se rapidamente de erros ou interrupções e vulnerabilidades, mantendo a continuidade do negócio; tendo capacidade e possibilidade de lidar com o imprevisto.
Na transformação digital, esses modelos são muito importantes, pois permitem que as empresas lidem com mudanças dinâmicas, mantendo sua competitividade e garantindo seu planejamento estratégico de transformação.
A Inteligência Artificial (IA) e os dados podem ajudar as organizações a criarem modelos de negócios e torná-los mais resilientes de diversas maneiras. Uma das formas é possibilitando que a empresa faça uma análise de grande quantidade de dados, podendo identificar tendências, oportunidades e pontos a melhorar em seus modelos de negócios atuais. Uma outra forma é com o uso de automação, seja de tarefas rotineiras e repetitivas, fazendo com que as pessoas possam focar mais em inovação, ou ainda imprimindo agilidade nos modelos de mudança. A IA também se mostra essencial na personalização das experiências de compra, como previsão de demanda baseada no conhecimento de dados internos de vendas e tendências externas, criando previsões mais oportunas e precisas; agentes inteligentes que produzem respostas e experiências mais humanizadas, diminuindo também o tempo de espera dos clientes.
Há vários casos de empresas que utilizam a IA e os dados em seus modelos de negócios. Cada uma faz isso de forma única, mas todas estão aproveitando seus benefícios para se diferenciar no mercado e alcançar sucesso empresarial.
Podemos citar empresas como as de mapeamento de rotas, que dão previsibilidade de chegada e, com isso, há um melhor monitoramento de viagens; os/as assistentes virtuais que ajudam a melhorar os processos e automatizam tarefas rotineiras; na área de recrutamento e seleção, há aplicativos de seleção de candidatos que cruzam informações de determinados comportamentos com as competências necessárias para a vaga; nas universidades, há a identificação de copyright nos materiais acadêmicos; nos hospitais e clínicas de diagnóstico que usam a IA para prescrição de diagnósticos e automação dos processos, entre outros.
Diante de um cenário tão incerto em que a competitividade está acirrada, as empresas que permitirem que seus modelos de negócios sejam transformados com o uso da tecnologia correrão menos riscos e saberão como se adaptar a mudanças com uma jornada de inovação alinhada com o que pede o mercado e seus consumidores.
Por Ivone Ivassaki, líder de Consultoria para Applications, Data e AI na Kyndryl
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