Não se pode contestar o fato de que as economias são construídas sobre bases digitais e que os Data Centers são, portanto, parte integrante desse crescimento. Desde o cenário onde praticamente tudo está conectado pela Internet das Coisas (IoT), passando pela crescente automação e digitalização de serviços, para ser competitivo em todos os aspectos do negócio é preciso ter maior visibilidade dos dados e a capacidade de armazená-los e processá-los.
Com todos os dispositivos conectados, a demanda para implementar uma infraestrutura de TI capaz de suportar essa carga também aumentou. Mas nesse ponto começam os maiores desafios, que incluem resiliência e eficiência energética dos data centers usados para processar a imensa quantidade de Dados gerados por segundo.
Para servidores de alta densidade de energia, o Gartner estima que os custos contínuos de energia estão aumentando pelo menos 10% ao ano devido ao aumento do custo por quilowatt-hora (kwh) e à demanda subjacente. E, também, indica que 10% do OPEX do data center é energia, e esse número só aumentará.
Além disso, há a questão da sustentabilidade que, ainda segundo a consultoria, influenciará todas as tendências tecnológicas estratégicas em 2023. Na pesquisa do Gartner, os CEOs relataram que as mudanças ambientais e sociais são agora uma das três principais prioridades para os investidores, depois de lucro e receita. Isso significa que os executivos devem investir mais em soluções inovadoras projetadas para atender à demanda ESG.
Para fazer isso, as organizações precisam de uma infraestrutura que aumente a eficiência energética e a resiliência dos serviços de TI, permita a sustentabilidade empresarial por meio de recursos como rastreabilidade, análise, energia renovável e Inteligência Artificial, além de implementarem recursos de TI para ajudar os clientes a atingir seus objetivos.
Mercado exige mudanças
Os players de Data Center estão em busca de soluções mais eficientes do ponto de vista energético e que, ao mesmo tempo, garantam maior resiliência à infraestrutura. Atualmente, o consumo de energia dos Data Centers representa 3% do consumo total de energia do mundo. E a redução desse consumo de energia depende do uso de tecnologias e estratégias operacionais com eficiência energética.
Para atender a crescente demanda por banda, e à medida que mais data centers são construídos, é necessário que os métodos de resfriamento sejam mais inteligentes, pois o aumento nos requisitos de energia e o calor gerado serão um desafio.
Os Data Centers do futuro inevitavelmente exigirão poder de processamento adequado – localmente, na Nuvem e na borda – para gerenciar com eficácia o negócio no novo cenário. Muitas oportunidades de eficiência energética envolvendo equipamentos de TI, como servidores, rede e armazenamento, ainda permanecem inexploradas. Mas estamos no caminho certo. Para os negócios e para o planeta.
Por Ricardo Perdigão, diretor da Tecnocomp.
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