Quando falamos em supercomputação, é comum pensarmos primeiramente em máquinas enormes, localizadas em salas de comando e destinadas a investigações e pesquisas governamentais ou de grandes empresas. Entretanto, um outro viés e que deve ser amplamente difundido é que as instituições de ensino superior também podem – e deveriam todas – usufruir da estrutura e potência tecnológica dos supercomputadores para executar projetos de pesquisa.
Sabe-se que a computação de alto desempenho (HPC) tem experimentado uma curva de desenvolvimento significativa nos últimos anos, derivada da adoção de soluções avançadas como Internet das Coisas (IoT), Inteligência Artificial (IA), Big Data e serviços em Nuvem. Essa evolução da chamada “Terceira Plataforma de TI” acelerou o desenvolvimento de soluções robustas de computação e infraestrutura, capazes de gerar, armazenar e processar grandes volumes de Dados e cargas de trabalho exigentes. Um exemplo disso está na oferta de hardware, principalmente se considerarmos que no início dos anos 2000, as capacidades de supercomputação giravam em torno de 3,2 teraflops (TF), enquanto hoje essa especificação subiu quase 228 vezes.
E é essa capacidade de processamento que tem sido buscada não apenas por laboratórios de pesquisa e desenvolvimento com orçamento próprio, mas também pelo mundo acadêmico. Explicar por que estas engrenagens são tão atraentes, é simples. Os supercomputadores consistem em um cluster de computadores menores que são conectados e controlados por software específico para funcionar como um todo unificado. Ao receber um problema matemático complexo, o software que o controla poderá detectar a origem do obstáculo, distribuirá soluções para diferentes nós e coletará a saída de cada um deles, que são reunidos e analisados como parte de um todo.
Alguns casos de utilização em instituições de ensino superior nos EUA já reportam os inúmeros benefícios trazidos pela utilização dos supercomputadores. Áreas como ciência da computação genética, ciências marinhas e atmosféricas disputam o uso dos equipamentos, e devem dividir ainda com as ciências humanas e até mesmo o marketing. Afinal, os supercomputadores são capazes de extrair uma grande quantidade de informações importantes de livros em pouco tempo, além de contribuir para análises de negócio assertivos dentro do segmento de vendas.
Estas soluções, que são otimizadas para aplicações de IA, Machine Learning e cargas de trabalho correlatas, caracterizam-se não apenas por oferecer especificações de ponta, mas se refletem em benefícios específicos, como menor TCO (custo total de propriedade, na sigla em inglês) e maior eficiência energética, além de fornecer mais agilidade operacional graças à latência reduzida e funcionalidades de maior largura de banda. Nos últimos tempos, temos notado uma ampla variedade de modelos e configurações para o ecossistema de servidores para HPC, combinando recursos avançados que otimizam o investimento de pessoas e empresas para suprir todas as
demandas de projetos escaláveis, confiáveis e ágeis, capazes de atender quaisquer trabalhos, independentemente de serem executados em plataformas de nuvem ou infraestrutura local.
Para as universidades brasileiras, em específico, o investimento em supercomputação representa um excelente retorno para a comunidade científica das mais diversas áreas. Como um supercomputador é composto por vários softwares, é possível que diferentes equipes e departamentos trabalhem nele em tempos semelhantes, utilizando partes distintas. Desta forma, o retorno financeiro se daria justamente pela rapidez com que as pesquisas seriam concluídas, além de claro, incentivar que mais empresas nacionais e internacionais valorizem nossos resultados e
invistam em nossa ciência, assim como os órgãos governamentais.
Por Alexandre Amaral, diretor de Vendas Cloud e Data Centers na AMD.
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