Atrasos e voos cancelados, longas filas de espera, bagagens extraviadas e overbooking são alguns dos problemas que os passageiros estão enfrentando nos aeroportos da Europa nos últimos meses.
Com a retração da pandemia de Covid-19, a volta do turismo no Hemisfério Norte coincidiu com o verão no continente e ocasionou um crescimento abrupto da demanda por viagens. Resultado: aeroportos lotados e dificuldades operacionais.
O cenário que tinha tudo para ser de bons momentos para os turistas e empresas do setor se transformou em caos e incertezas. As greves por melhores salários e a falta de profissionais – reação às demissões em massa no período de isolamento social – são alguns dos reflexos do “céu nublado” nos ares europeus. Mas isso não é tudo.
O turismo precisa inovar. A ausência de dispositivos e ferramentas tecnológicas que auxiliem os profissionais do setor aéreo revela os desafios operacionais e impactam diretamente a experiência dos passageiros.
Uma viagem envolve uma cadeia complexa, que vai desde a compra de passagens até a retirada das bagagens no destino final. Um sistema de gestão que integre processos tradicionais com tecnologias atuais traz mais agilidade, menos falhas humanas e segurança. Além disso, facilita o monitoramento para previsão de riscos e dá a chance de colocar em prática estratégias mais efetivas.
“É muito importante inundar tecnologicamente o setor com a previsibilidade de vendas e com combinações de metadados para entender as necessidades das equipes. Tudo isso ajudaria a evitar os desconfortos. Não adianta vender se não é possível entregar os serviços. Esta deveria ser a preocupação número um do setor”, diz Elvimar Martins Soares, diretor financeiro e sócio da Onfly.
Há três anos e meio no mercado, a startup nacional especializada em gestão de viagens corporativas entende que é fundamental uma tecnologia de ponta para sanar a ineficiência do setor.
Os problemas que ocorrem nos países europeus dizem muito sobre a necessidade de inovações no setor. Muitos aeroportos operam com alguns processos otimizados, como sistema automatizado de bagagens, totens para impressão de bilhetes e biometria por reconhecimento facial para embarque. Porém, essas implantações não resolvem os gargalos do setor.
O turismo precisa se transformar em todos os setores. Para Elvimar, essas mudanças só serão possíveis se na cadeia turística existir, além de uma tecnologia de ponta, foco e propósito por parte das empresas.
“As companhias aéreas precisam focar em voar bem, com aeronaves de melhor tecnologia, e garantir a logística no tempo previsto. No meio da cadeia, a distribuição e a tecnologia precisam se concentrar em profissionais mais especializados. Não é sobre inteligência e capacidade, mas sim sobre foco e propósito”, observa.
E o Brasil?
Até o momento não há informações de que os aeroportos brasileiros sofrerão o impacto com o cenário adverso da Europa. O que o País sofreu de cancelamentos e alterações foi mais devido ao baixo load factor (ocupação da aeronave) do que por um excesso de demanda.
“É pouco provável que o país sofra impacto. Estamos respondendo bem ao pós-pandemia e as companhias aéreas foram hábeis para restabelecer os voos e serviços”, conclui Elvimar.
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