A quinta geração de rede móvel vai exigir maior qualificação de mão de obra. O cenário é oportunidade para jovens e adultos de favelas na área tecnológica.
A primeira cidade a oferecer o 5G sem interferência de outras frequências foi Brasília, e a previsão é de que as outras capitais sigam por esse caminho. Além da melhoria na conectividade, velocidade e tempo de resposta, a nova geração de internet móvel promete abrir um leque de possibilidades para o mercado de trabalho. Especialistas em dados, Inteligência Artificial, impressão 3D e segurança da informação serão, se já não são, profissões requisitadas.
Conforme estimativa da Associação Brasileira das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), a projeção é que as empresas de tecnologia demandem 797 mil talentos de 2021 a 2025. Entretanto, o número de profissionais da área não corresponde à progressão, com um déficit anual de 106 mil talentos. O cenário evidencia a necessidade de formação e capacitação de profissionais.
Como possibilidade de solução para esta estatística, projetos sociais contribuem para a capacitação profissional na área de tecnologia. Muitas iniciativas são voltadas para as favelas a fim de criar facilidades para a entrada no mercado de trabalho, gerar renda e abrir espaço para os talentos. Através de cursos, treinamentos e oficinas, os projetos têm o intuito de reduzir as desigualdades sociais e no mercado em geral, sobretudo o tecnológico.
A trajetória de Jeane Oliveira mudou após ser vencedora da 1a edição do Favela Inova Rio, programa de capacitação profissional e empresarial para jovens de 18 a 29 anos em situação de vulnerabilidade social. Sua startup, a MultiMEI, focada no desempenho e no sucesso de pequenas e micro empresas, foi premiada por entregar capacitações e assessoria, que desburocratiza os processos financeiros, contábeis e fiscais. Em um ano, diretamente do complexo da Maré, ela conseguiu ajudar mais de 300 empresas espalhadas por todo o Brasil.
A pesquisa do Instituto Data Favela revela que 20% dos moradores das favelas estavam desempregados e buscavam empregos, em 2020. O aumento na demanda por profissionais vai ao encontro da busca de oportunidades, sobretudo pelos moradores de comunidades. E os projetos sociais voltados para a tecnologia, inovação e empreendedorismo podem servir como ponte de acesso.
A implantação da rede 5G ainda é uma novidade; trabalhar o aperfeiçoamento pessoal e profissional em paralelo às descobertas tecnológicas é uma forma de antever o mercado. As possibilidades geradas pela rede móvel e a disponibilidade de pessoas nas favelas com boas ideias, talentosas e competentes é a combinação para o desenvolvimento profissional tecnológico brasileiro.
Por Diego Braga, gestor de Inovação da Unisuam.
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