Os mais recentes eventos globais que temos vivido e acompanhado têm afetado diretamente todas as empresas, independentemente do tamanho, setor ou tempo de mercado. Enquanto as grandes companhias foram capazes de continuar seus desenvolvimentos mesmo com a pandemia e crises econômicas e políticas, as pequenas e médias empresas (PMEs) foram o lado mais afetado, com menos soluções tecnológicas robustas previamente adotadas e mais lentidão para conquistá-las.
Quando falamos da maioria das empresas com menos de 250 funcionários, pode-se pensar que são pequenos negócios que não precisam de presença global e, portanto, não precisam de muito investimento em tecnologia e presença digital. Mas, na verdade, as PMEs são um componente importante da maioria das economias do mundo e desempenham um papel fundamental nos países em desenvolvimento. Portanto, eles precisam de amplo acesso à informação e digitalização por meio de tecnologias de ponta para melhorar o ambiente de negócios.
De acordo com dados da IDC, o mercado brasileiro de PCs fechou 2021 com alta de 37% em relação a 2020, com cerca de 8,7 milhões de máquinas comercializadas, sendo 7 milhões de notebooks e 1,7 milhão de desktops. Analistas da consultoria apontam que estes números resultam de um avanço significativo no setor B2B, ou seja, as empresas, independentemente do tamanho, precisaram correr para atender a alta demanda digital que chegou em 2020 e permaneceu forte em 2021.
Um outro estudo, dessa vez encomendado pela Microsoft, intitulado “Impacto da covid-19 na cultura e operação das PMEs brasileiras”, mostrou que a tecnologia dentre essas empresas se tornou uma unanimidade. 97% consideraram importante incluí-la no modelo de trabalho de forma permanente. 40%, porém, afirmaram que suas empresas precisarão aumentar os investimentos nesse sentido, um movimento já esperado, mas que de fato tem sido cada vez mais reconhecido pelos empreendedores.
Ainda de acordo com o estudo, a maioria dos trabalhadores das PMEs está atualmente no formato híbrido, sendo que os colaboradores de microempresas preferem trabalhar presencialmente, enquanto os de empresas de médio porte preferem dividir-se entre remoto e presencial. Apesar de 52% indicarem que o trabalho híbrido colaborou com o aumento da produtividade, alguns pontos de atenção para a adoção de tecnologia foram levantados: estes reconhecem que a cibersegurança, má conexão à internet e a infraestrutura tecnológica são problemas que surgiram a partir do trabalho à distância.
Portanto, é necessário que essas empresas se estruturem e invistam em hardware e software eficientes para melhorar pontos cruciais no uso da tecnologia, como produtividade, segurança e eficiência energética. Um ponto positivo importante é a crescente demanda dos clientes por mais do que somente um relacionamento comercial – uma vez que a distância significou uma redução do contato pessoal, os consumidores agora demandam experiências e interações pessoais iguais, seja no âmbito virtual ou presencial. Assim, mesmo por meio da inovação tecnológica, a construção de relacionamentos, confiança e vínculos pode ter um grande impacto. Para as pequenas e médias empresas, isso pode ser visto como uma vantagem, pois são mais acessíveis aos clientes devido à sua localização.
Como a demanda cresceu muito em um curto período, a IDC projeta que o ano de 2022 deverá ter um crescimento mais discreto em relação às vendas de computadores no varejo e corporativo, cerca de 2,4% em comparação com o ano anterior. Porém, quando falamos de vendas para empresas, as expectativas são de um aumento maior, 9,7%, impulsionadas por projetos educacionais e da retomada liderada pelas próprias PMEs. Em um País onde quase um terço do PIB é movido pelas pequenas e médias empresas, segundo o Sebrae, é animador ver que este segmento manterá sua força para contribuir positivamente tanto para a economia, quanto para uma maior adoção de Transformação Digital.
Nesse sentido, as empresas responsáveis por oferecerem as soluções tecnológicas devem também contar com uma rede de suporte que contribua para a capacitação do empreendedor para entender melhor os processos digitais e o funcionamento das engrenagens que o trazem para um mundo com mais tecnologia. Tudo isso faz parte do dinamismo proposto pela industrialização sustentável (em diversas áreas), aliada a uma boa gestão de infraestrutura e inovação, proporcionando um uso eficiente dos recursos.
Sabemos que ainda há um caminho considerável para que as pequenas e médias empresas possam liberar um potencial de crescimento tecnológico e digital próximo de grandes organizações. Para isso, urge cada vez mais a necessidade de investimentos em P&D e migração corporativa para meios de tecnologia e ambientes sustentáveis, fatores que devem ser cada vez mais reconhecidos nas conversas e debates sociais e econômicos do nosso País.
Por Fabiano Schunck, gerente de Vendas de Canais da AMD Brasil.
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