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Modernização em TI: não dá para simplesmente jogar o legado fora

Não é novidade que nos últimos dois anos as empresas tiveram que correr com qualquer plano ou ideia de digitalização da TI para a prática – era necessário não somente mudar o modelo de trabalho da noite para o dia – passando de um estado totalmente presencial para o trabalho remoto, como também adaptar-se a novas demandas de clientes, parceiros e fornecedores. O caos estava instaurado: de falta de servidores a dificuldades com uma simples de VPN, equipes de TI tiveram que, literalmente, “se virar nos 30”.

E, no meio desse caminho – entre a necessidade e a modernização – tinha o temível legado: infraestrutura, processos e aplicações acumulados por anos a fio em uma complexidade difícil de se imaginar. Empresas com dados “perdidos”, servidores ligados sem se saber exatamente o porquê e por aí vai. A cada necessidade de mudança, era preciso lidar rapidamente com esse legado, adicionando mais e mais camadas a essa estrutura.

Embora essa tática tenha permitido que as equipes de TI ganhassem tempo, gradualmente isso elevou a complexidade da arquitetura e a dívida técnica e níveis insustentáveis. Outro problema foi que quando a pandemia forçou as empresas a mudar em velocidade e escala, gestores de TI tiveram que modernizar a infraestrutura antes que o negócio também se transformasse.

Passada toda a turbulência da pandemia, as empresas estão lidando com esse amálgama tecnológico: é hora de colocar a casa em ordem, integrando o legado às novas estruturas e necessidades. A modernização de TI é um pré-requisito para a Transformação Digital, criando a base da infraestrutura e processos de negócios sobre a qual as empresas constroem novos modelos e mercados como parte da mudança. Assim, além da reorganização da TI com foco nas novas necessidades do negócio, existem também outras demandas, como a Nuvem, menor complexidade de código, e automação e integração em toda a empresa.

O processo da mudança
A modernização de sistemas legados pode ser uma jornada longa, com o objetivo de impulsionar o desempenho corporativo, otimizar processos e fornecer novas formas de atender os clientes. Várias empresas provavelmente investirão em processos de reengenharia e sistemas de TI para realizar sua visão estratégica. Essa pode ser uma jornada árdua, mas pode ser ainda mais difícil para empresas cujos processos de negócios cruciais dependem de tecnologia antiga e software legado.

Na verdade, a maioria das grandes empresas ainda depende de aplicativos legados baseados em mainframe para operações fundamentais de negócios. Embora esses sistemas estejam desatualizados, eles foram ajustados ao longo do tempo para fornecer a funcionalidade comercial necessária. Consequentemente, espera-se que os mainframes permaneçam no centro da TI e, portanto, devem combinar a inovação com o cenário digital em mudança.

Existem várias metodologias para modernizar a TI e a abordagem de cada empresa será determinada por suas prioridades estratégicas. Muitas empresas optam por “rasgar e substituir” sistemas legados em favor de um sistema totalmente novo desenvolvido desde o início. Outros podem optar por criar uma solução comercial personalizada ou transferir tecnologias, processos e pessoas de uma fonte de terceiros.

Existem diversas abordagens para esse processo como, por exemplo, agrupar os recursos de infraestrutura de acordo com a capacidade – modularizando a estrutura atual, e possibilitando a integração de novos serviços de maneira rápida. A mudança gradual é mais segura do ponto de vista do negócio – e também do investimento.

O futuro do negócio depende da modernização em TI que será feita hoje na sua empresa. É por isso que, além da estratégia e metodologia, é preciso também escolher o parceiro certo para a mudança: dividir esse processo entre inúmeros fornecedores pode ser um tiro no pé, em termos de escolha de tecnologias e gestão do projeto. Escolher parceiros que reúnam diversas capacidades técnicas e estratégicas garante uma visão de longo prazo mais assertiva e, certamente, com o melhor custo-benefício.

Por Ricardo Perdigão, diretor da Tecnocomp.

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