Ciclos curtos, autonomia, eficiência operacional, colaboração entre equipes e foco nos resultados são alguns dos pontos de melhorias observados nas gestões que adotaram a agilidade como metodologia para os seus negócios. O conceito, que nasceu na indústria de tecnologia, tem sido aplicado em diferentes tipos de processos corporativos, para diferentes áreas, com intuito de promover uma cultura organizacional mais colaborativa.
De modo geral, a metodologia ágil torna os processos mais simples, dinâmicos e interativos, em todas as etapas de desenvolvimento até o produto final. Baseada em quatro princípios fundamentais: indivíduos e interações mais que processos e ferramentas; resultados em funcionamento mais que documentação abrangente; colaboração com o cliente mais que negociação de contratos e responder a mudanças mais que seguir um plano.
Felipe Peternella, co-fundador e líder da wBrain Agile People, empresa especializada em cultura ágil e em impulsionamento de profissionais ágeis, explica que a procura por profissionais agilistas tem crescido, pois as empresas querem “criar e/ou adaptar a organização ao mercado de forma rápida e consistente, atentas às necessidades dos clientes, que evoluam e inovem constantemente. Isso porque, a cultura ágil fomenta um ambiente colaborativo, propício à experimentação e aprendizados rápidos com times multidisciplinares visando a entrega de valor constante”, detalha.
Como pode ser aplicada?
O processo de adaptação é realizado através de análise detalhada feita pela equipe de profissionais agilistas, normalmente com o método Design Thinking – utilizado para instigar concepção e perspicácia ao abordar problemas -, o primeiro contato é dividido em etapas específicas: empatia; definição; ideação; desenho da jornada ou protótipo; teste e implementação.
A adaptação das metodologias ágeis à cultura organizacional varia de acordo com a necessidade de cada processo, necessidades e objetivos da instituição. Atualmente o profissional agilista dispõe de métodos específicos para aplicação da agilidade, sendo eles: Fit for purpose, Scrumban, Improvement Kata e Dual Track Agile, com destaque para Scrum, Kanban e Lean, que vem se popularizando com mais intensidade.
Entenda como funcionam os principais métodos ágeis e suas aplicações
O Scrum viabiliza a divisão das maiores etapas de produção em pequenas atividades sequenciais, nesse método são formados times multidisciplinares com foco no desenvolvimento de cada funcionalidade, esses times são chamados de Squads e as etapas de Sprints – todas as etapas têm prazos estabelecidos, atrasos precisam ser justificados para a reprogramação da atividade.
No Kanban a principal funcionalidade é a quantificação e controle, nele são utilizados quadros que registram o estágio de cada tarefa – com etapas concluídas, em andamento e não iniciadas, por exemplo. Também conhecido como “gestão à vista”, permite que todos os indivíduos envolvidos naquele processo tenham informações de forma clara e rápida.
A metodologia Lean é uma das mais antigas, desenvolvida e utilizada pela Toyota desde a década de 50, e trabalha com fluxo contínuo de processos, com foco em automatização, redução de custos e burocracias. Basicamente, atividades que não agregam valor ao cliente devem ser otimizadas ou eliminadas e processos que não precisam de intervenção humana, devem ser automatizados.
Além da melhoria contínua e otimização dos processos, as metodologias ágeis refletem importantes mudanças no relacionamento interpessoal, como por exemplo: autonomia e empoderamento das equipes nas tomadas de decisões; convivência segura e com a liberdade; todas as soluções estão ligadas a um propósito em comum e a colaboração, um dos principais pontos, todos têm total oportunidade de explanar sua opinião a respeito de qualquer questão.
Para Felipe Peternella, esses itens permitem que as pessoas tenham mais motivação e mais confiança em si próprias. Felipe aponta ainda que cada gestão precisará de uma atuação especializada e personalizada, mas alguns pontos como: visão estratégica, feedbacks constantes e entendimento do contexto são essenciais para todos os empreendimentos. “Não existe um modelo padrão, cada cenário e cliente demanda de diferentes atuações. Agilidade é mais que uso de metodologias, nossa atuação é saber como vamos entregar valor e como essa cultura, apoiada por métodos e práticas, pode contribuir para atingir o resultado”, finaliza o líder da wBrain Agile People.
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