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O que está por trás da onda das assinaturas?

Quantos serviços você assina? Já parou para contar? Por aqui, temos Netflix, HBO Max, Amazon Prime, Apple+, YouTube Premium, Spotify, Medium, Audible, Rappi Prime, Google Drive, iCloud, Notion, aplicativo fitness, contabilidade digital, seguro residencial, gerenciador de senhas e celular Leapfone — apenas na pessoa física e que eu me lembre de cabeça. Se entrarmos em ferramentas digitais para o negócio, a lista não vai caber nesse artigo. Além disso, estou a um passo de assinar reposição de produtos de limpeza, cesta de orgânicos e vinho. Seria eu uma assinante compulsiva ou é assim por aí também?

Estamos migrando da “Era dos Produtos” para a “Era dos Serviços” e é possível dizer que todas as indústrias já entraram ou estão prestes a entrar na onda das assinaturas digitais. De alimentos a roupas, celulares, móveis, maquinário e apartamentos. O modelo de negócio “As a Service” já não é exclusivo para startups ou empresas de tecnologia.

Mas, afinal, o que está levando as pessoas a consumirem produtos e serviços por assinatura? Na minha visão são três principais benefícios: flexibilidade, facilidade e economia.

Flexibilidade: trocar ou cancelar a qualquer momento
O mundo muda muito rápido, e com ele, nossas necessidades. Cada vez mais pessoas escolhem alugar apartamentos ao invés de comprar por acreditarem que seu estilo de vida não vai permanecer o mesmo por muitos anos. Um novo emprego pode significar um novo bairro, uma nova cidade ou um novo país — além de uma nova rotina. Podemos ter filhos, casar ou separar quando menos imaginamos. Estamos entendendo que nada é permanente.

Seja nos serviços cotidianos, seja nos produtos de alto valor agregado, nós, das novas gerações, preferimos flexibilidade. Queremos a possibilidade de cancelar se não usarmos um produto ou serviço, ou se o bolso ficar apertado. Desejamos ter a opção de fazer upgrade quando surgir uma nova tecnologia. Não queremos assumir compromissos a longo prazo.

 Facilidade: simplificar a vida e automatizar decisões
Em um mundo dinâmico e cheio de possibilidades nos deparamos com dezenas de escolhas por dia. Esse excesso de decisões esgota nossa energia e é um dos principais causadores de estresse e burnout — pesquise sobre fadiga de decisão se quiser saber mais.

As assinaturas são uma forma de simplificar e automatizar a rotina. Estamos pagando para não ter que escolher quais vegetais vamos comer na semana ou qual é o vinho com melhor custo-benefício. Pagamos por curadoria de filmes, livros, playlists e produtos de beleza. Preferimos a recorrência no cartão para não precisarmos lembrar de fazer pagamentos. Optamos por soluções que ofereçam pacotes completos, como os celulares e carros por assinatura, que já vêm com seguro, documentação, manutenção, etc.

 Economia: pagar menos e conforme o uso
Por serem comercializadas em canais digitais, gerarem fidelização e oferecerem previsibilidade de receita para as empresas, as assinaturas costumam possibilitar valores mensais mais acessíveis. Além disso, muitas assinaturas, principalmente de softwares e serviços digitais, cobram de forma proporcional ao uso, oferecendo ao cliente a possibilidade de experimentar. Até mesmo empresas que não trabalham majoritariamente com assinaturas estão implementando esse modelo em troca de descontos e benefícios. Rappi Prime e Uber Pass são bons exemplos.

Em alguns casos, a assinatura pode até custar um pouco mais a longo prazo, quando comparada à compra do produto. No entanto, os consumidores se mostram cada vez mais dispostos a pagar mais pelos benefícios mencionados acima: flexibilidade, conveniência e pagamento facilitado.

As assinaturas já fazem parte da nossa vida e vieram para ficar.
Isso não significa que vamos deixar de comprar produtos e serviços no modelo tradicional, mas pouparemos nossa energia para aquilo que vale realmente a pena. Afinal, vale cada centavo quando o assunto é economizar nosso recurso mais escasso: o tempo.

Por Stephanie Peart, empreendedora e líder da Leapfone.

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