Em nenhum momento da história houve tanta oferta de emprego para a área de TI como agora. Segundo o estudo ‘Demanda de Talentos TIC e Estratégias TCEM’, divulgado no final de 2021 pela Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação e de Tecnologia Digital (Brasscom), as empresas tech demandarão o trabalho de 797 mil pessoas até 2025. A projeção é de um déficit de 530 mil talentos em cinco anos.
Esse cenário deixa claro a falta de mão de obra qualificada e a urgência de soluções que consigam resolver essa equação. E, embora a tecnologia tenha começado a avançar desde o século XVIII, com as inovações obtidas por meio da introdução de máquinas e equipamentos, que ela tenha passado por um novo momento com a chegada da quarta revolução industrial e a era da conectividade, foi nos últimos dois anos que o mercado deu um salto de crescimento.
Justamente porque, neste período, mais empresas foram forçadas a digitalizar seu negócio, seja para sobreviver ou para atender uma alta demanda dos consumidores, como no caso do e-commerce. Sem falar de outras procuras como otimização e automação de processos internos, na adesão à LGPD e experiência do cliente.
Felizmente, estamos passando por uma ressignificação das carreiras. Hoje, as pessoas se questionam sobre seus valores junto aos das organizações e avaliam melhor sobre se suas remunerações estão equilibradas com seus méritos. Elas vão muito mais atrás de um senso de pertencimento e buscam, inclusive, mercados mais atrativos para investirem e se dedicarem e, com isso, passam também a buscar cursos e especializações para auxiliar em suas mudanças de carreiras.
O investimento em educação é uma das soluções, para começar a resolver toda a escassez de mão de obra. As empresas e o próprio setor de RH também passaram a entender seu papel social na transformação de pessoas e de toda a sociedade e começaram a implementar benefícios mais atrativos, inclusive, se tornando competitivas aos olhos de empresas internacionais que já vinham implementando pacotes para home office, salário em dólar, oportunidades para viver no exterior e jornadas de trabalho mais justas. Entenderam que fazem parte de uma engrenagem e podem oferecer mais equilíbrio e sustentabilidade, ajudando a empregabilidade do País e a geração de mais oportunidades para diferentes perfis.
As edtechs, junto aos líderes das das organizações e também junto dos RHs, assumem um papel de protagonismo na mudança inicial. Oferecendo cursos de formação, apoio remunerado para pós-graduação e especialização, treinamentos de aperfeiçoamento de hard skills e soft skills, processos de treinamento para os processos de upskilling e reskilling, sem contar outros benefícios que, combinados, como é o caso dos pacotes de saúde psicológica, garantem mais escalabilidade, engajamento e evolução de equipes.
Para um futuro breve, teremos mais lançamentos de plataformas gamificadas, softwares completos de educação, tecnologias apoiadas em IA (Inteligência Artificial) e também, criações de programas e cursos, com selos e certificados de qualidade que formarão novos profissionais e qualificarão aqueles que já possuem algum curso afirmado em seus currículos.
O mercado continuará se preparando para alavancar novos talentos e é essa perspectiva que deixa o cenário otimista. Ainda que esteja faltando essa mão de obra qualificada para a área tech que falamos, novas atitudes já estão sendo tomadas para melhorar esse cenário e a educação, aliada a tecnologia, serão, sem dúvida, condutores para essa mudança.
Por Guilherme Junqueira, fundador e CEO da Gama Academy.
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