A conta é bem simples, porém impactante. Um exame de sangue ou uma coleta nasal para o teste de Covid-19, por exemplo, geram três terabytes de dados. Na primeira rodada do programa desenhado pelo Vale do Genoma, para o atendimento de seis mil pessoas, serão 18 petabytes. “Será o maior servidor do Brasil”, sentenciou, empolgado, Tsen Chung Kang, diretor de pesquisa e novos negócios do Grupo Jacto e membro do Conselho Executivo do Vale do Genoma. Este pode ser o cenário para um futuro bem breve que projeta o time do ecossistema de inovação voltado à pesquisa e desenvolvimento com abordagem genômica e Inteligência Artificial. Os resultados serão aplicados à saúde, também à agropecuária e ao meio ambiente.
Formando um polo de startups, a iniciativa, considerada pioneira no Brasil e no mundo como referência em melhorar a qualidade de vida das pessoas, está implantada na cidade de Guarapuava e, neste momento, quer migrar da pesquisa para o mercado. Para isso, o Vale do Genoma vem fortalecendo parcerias e ampliando as pesquisas nas áreas de genética e inteligência artificial (IA) aplicadas à saúde.
A Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação do Paraná (Assespro-PR) é parceira do projeto. “É uma alegria para nós como entidade vermos esse projeto de pessoas tão competentes aqui no nosso estado acontecendo e, mais ainda, saber que essas soluções podem realmente ajudar um setor tão necessitado, que é o da saúde. Isso envolve qualidade de vida, também economia. É algo grandioso”, disse Lucas Ribeiro, presidente da entidade. Lucas colocou a Assespro-PR e seus associados, profissionais com expertise na área de tecnologia da informação (TI), à disposição do Vale do Genoma. “Se pudermos contribuir, obviamente que estaremos juntos, com muita alegria”. Vale lembrar que a Assespro-PR, recentemente, lançou, em conjunto com o Governo do Paraná e outras entidades, a cartilha “Soluções Paranaenses de Tecnologia para Cidades Inteligentes”, um guia de startups que visam melhorar o atendimento do serviço prestado pelos municípios por meio da inovação.
Genoma
O foco inicial do projeto é atuar em três frentes da saúde, curiosamente, as mesmas que ao longo da história da medicina tiveram grandes avanços: epidemiologia, genoma e Inteligência Artificial (que possibilita a medicina de imagens, por exemplo). “Os avanços nos permitiram alcançar a medicina de precisão. Trabalhávamos em sinais e sintomas. No futuro, vamos buscar em algoritmo”, disse David Livingstone, coordenador do curso de Medicina da Unicentro e do projeto Genomas Paraná.
O Vale do Genoma já conta com cerca de 300 profissionais em atuação e há dois anos vem registrando feitos importantes, como os estudos em pesquisa aplicada, a proximidade com o parque tecnológico e a presença no Instituto para Pesquisa do Câncer de Guarapuava (IPEC) de um sequenciador genético. “Que muito ajudou na pandemia, inclusive”, destacou Marcos Pelegrina, da Coordenadoria de Ciência e Tecnologia da Superintendência Geral de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti). “Estamos buscando os melhores cases do mundo, de como criar inovação, contribuindo para a competitividade do setor produtivo do nosso Paraná. No País, somos a única iniciativa organizada que pensa nessa pesquisa genética”.
O principal intuito agora é ampliar a prospecção de novos parceiros do segmento empresarial, nas áreas correlatas ao projeto, com vistas, principalmente, à identificação de oportunidades de negócios inovadores, contribuindo para a competitividade do setor produtivo. “Essas conexões são de grande importância para o Vale do Genoma, que é um dos principais projetos inovadores em andamento no estado e que se traduz em grandes oportunidades de negócios”, disse o superintendente de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Aldo Bona.
O Vale do Genoma é constituído por representantes do Governo do Estado, por meio da Superintendência de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e da Fundação Araucária; do IPEC em Guarapuava, Fundação Shunji Nishimura de Tecnologia, Cilla Tech Park (Parque Tecnológico de Guarapuava), Centro de Inovação do Agronegócio e das universidades. Conta, ainda, com o apoio das empresas Repinho e Jacto.
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Campo digitalizado: sustentabilidade e eficiência
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