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Dia Mundial da Internet, estamos seguros?

Em 2006, foi instituído o Dia Mundial da Internet, celebrado todo dia 17 de maio. A data foi definida pelo ex-secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon. O intuito era evidenciar o papel transformador da internet na vida das pessoas. A internet, que nasceu de um projeto militar, se transformou na ferramenta mais importante para a comunicação entre as pessoas, empresas e um fator essencial para a globalização. Hoje, a internet é um portal que nos liga ao mundo, fundamental para a vida moderna.

Da mesma forma que celebramos este marco e o papel elementar que a Internet ocupa em nossas vidas atualmente, a data também deve ser um momento para refletirmos sobre os desafios e os perigos de transitarmos pelas “ruas” da internet sem a devida educação digital. A internet proporcionou avanços em todas as áreas de desenvolvimento da sociedade, das quais destaco educação e saúde. A internet proporcionou também um acesso fantástico à informação e à comunicação, democratizando o saber. Para as empresas, a internet possibilita alternativas importantes, como vender apenas para o seu bairro ou entregar para todo o Brasil.

Entretanto, em contrapartida, a Internet também nos trouxe impactos negativos e, consequentemente, desafios importantes. O roubo de dados e a invasão da privacidade são exemplos desses efeitos que vem sido amplamente debatidos recentemente. Observando, tanto as pessoas físicas quanto as pessoas jurídicas, vemos que ainda existe uma lacuna muito grande na educação digital, em especial dos brasileiros. O brasileiro ainda não se preocupa com os rastros digitais que deixa. Acredito que muitos ainda não entendam sequer as consequências possíveis deste rastro. Quando eu aceito uma série de termos e condições sem ler o conteúdo do que estou aceitando, seja para visualizar uma foto ou ter acesso a um jogo; quando eu falo tudo o que penso, quais são meus produtos favoritos, viagens, entre outros… aumento o meu risco de ser vítima de um ataque cibernético.

A LGPD, recente legislação que regulamente a proteção de dados pessoais, veio também para ajudar as pessoas que querem deletar os seus rastros digitais. Mas a lei sozinha não irá resolver essa questão. Precisamos da união de vários setores para disseminar a educação digital e proteger a nossa população contra os ataques cibernéticos. A intercolaboração entre Estado, empresas e, em especial, a própria sociedade é fundamental para o sucesso desta jornada. O Estado age por meio de leis e da divulgação da informação; as empresas podem auxiliar adotando boas práticas, alertando os clientes e empregados constantemente; ambos atuando ativamente na formação e no desenvolvimento de uma cultura de proteção de dados, e, por fim, porém, de forma destacada, a sociedade, que deve assumir, de forma ativa, uma participação nesse processo, colocando em prática as orientações e exigindo das instituições públicas e privadas o atendimento a estes novos padrões de segurança da informação.

O consumidor é o maior alvo dos criminosos cibernéticos, com isso, algumas práticas se tornam fundamentais, tais como: conferir a identidade digital do vendedor, desconfiar de links de superpromoções e checar a veracidade de qualquer comunicação online. Estas são algumas ações que minimizam o número de golpes bem-sucedidos. A internet nos coloca diante de um mundo de oportunidades que devemos sim explorar, mas devemos buscar também conhecer melhor as regras e nos apropriarmos dos nossos direitos, e de uma conduta mais consciente, para construirmos, juntos, um mundo virtual melhor e mais seguro para todos.

Por Luiza Dias, diretora presidente da GlobalSign para o Brasil.

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