A qualidade de uma conexão de internet depende de diversos fatores, mas sem dúvida a infraestrutura de rede ou o backbone utilizado para trafegar os dados interfere no processo de conectividade contínua com baixa latência. Mesmo na fibra óptica, o tipo de cabo utilizado é capaz de garantir mais qualidade e estabilidade para a rede.
E ter uma rede diferenciada é o que torna o provedor de internet mais competitivo nesse cenário de concorrência acirrada em que se encontra o mercado de Telecom. Atualmente, são mais de 18 mil provedores de internet no país, segundo a Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint), número que praticamente dobrou desde 2018.
A tecnologia utilizada para trafegar os dados também mudou, a fibra óptica é empregada hoje por 91% dos provedores de internet no Brasil, segundo a pesquisa TIC Provedores, realizada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil. Em 2017, esse percentual era de 78%. Mas apesar de boa parte dos provedores oferecerem banda larga por fibra óptica, a qualidade das conexões muda bastante de uma empresa para outra.
As diferenças entre a qualidade do serviço dos ISPs (Internet Service Provider ou Provedor de Serviços de Internet) podem ser explicadas por diversos fatores, um deles é o tipo de cabeamento utilizado para passar a fibra óptica e o local onde estão instalados, podendo ser mais suscetíveis a ações externas e interferências, dependendo da tecnologia utilizada.
Normalmente, os ISPs utilizam os cabos aéreos que ficam nos postes de energia elétrica, um modelo de custo mais acessível, porém mais suscetível a apresentar falhas e rompimentos causados por condições climáticas como as fortes chuvas, ventos, ações humanas como acidentes e vandalismo, além de desgaste natural pela exposição e tempo de utilização. A grande vantagem é a facilidade de lançamento, manutenção da rede e a flexibilidade na alteração de roteamentos.
Uma alternativa aos cabos aéreos são os cabos subterrâneos, que minimizam riscos de rompimentos acidentais e diminuem a poluição visual dos cabos nas cidades. Esse tipo de infraestrutura apresenta baixa possibilidade de rompimento, pois não é impactado por acidentes ou condições meteorológicas, é mais estável e possui maior vida útil.
O grande fator limitante nesse caso é o alto custo de instalação, visto que a infraestrutura subterrânea é inexistente em muitas cidades. Além disso, possui um maior tempo de implantação, menor flexibilidade para mudanças de roteamento, além de possíveis interferências com outras tecnologias que utilizam o espaço do solo, como as redes de água e esgoto, gás canalizado, cabeamentos de órgãos públicos, etc.
Outra solução de infraestrutura para a fibra óptica é o cabo OPGW (Optical Ground Wire), atualmente, a opção mais confiável em termos de transporte de dados de longa distância. O OPGW é um cabo com função de para-raios para as linhas de transmissão de energia que serve como canal de comunicação por meio de seu núcleo de fibra óptica. Instalado em linhas de transmissão de energia elétrica de alta tensão, o OPGW não sofre com vandalismo e é super-resistente, raramente apresenta falha ou rompimento, além de ser imune a interferências eletromagnéticas e meteorológicas, como ventos, chuvas e gelo.
Apesar da entrega do serviço depender da diferença do tipo de cabeamento, a Fibra Óptica continua sendo a melhor tecnologia para transporte de dados existente. Por isso a tendência é ampliar ainda mais os backbones no País, principalmente porque é a partir dessas infraestruturas que teremos base para a operação do 5G no Brasil.
Por Célio Mello, gerente de Produto da Eletronet.
Leia nesta edição:
MATÉRIA DE CAPA | TIC APLICADA
Campo digitalizado: sustentabilidade e eficiência
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Infra para Conectividade: competição quente
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