O mercado brasileiro de PCs fechou 2021 com alta de 37% em relação a 2020. Durante o ano, 8,7 milhões de máquinas foram comercializadas, sendo 7 milhões de notebooks e 1,7 milhão de desktops, altas de 40% e 25%, respectivamente, em relação a 2020. Os dados fazem parte do estudo IDC Brazil PCs Tracker 2021, realizado pela IDC Brasil, que atua em inteligência de mercado, serviços de consultoria e conferências com as indústrias de Tecnologia da Informação e Telecomunicações (TIC). O estudo aponta ainda um faturamento de R$ 36,7 bilhões no setor, resultado 61% maior do que o alcançado no ano anterior.
Os números positivos de 2021 foram, em parte, resultados do importante avanço do segmento corporativo, que foi responsável pela compra de 3,6 milhões de máquinas, um crescimento de 78% em relação a 2020. “Negociações na área da educação, como com a PRODESP e secretarias municipais e estaduais em todo o país foram as grandes responsáveis por esse aumento no B2B. A quantidade de dispositivos entregues aos alunos e professores, com finalidade educacional, chegou a 1 milhão no ano passado, motivada em grande parte pelas compras governamentais e, em menor escala, por instituições privadas”, explica Daniel Voltarelli, analista de mercado de TIC da IDC Brasil.
Apesar dos excelentes resultados do segmento corporativo, o maior volume de vendas ainda foi feito no varejo, que comercializou 5,1 milhões de máquinas, alta de 17% em relação a 2020. “Assim como foi visto um forte crescimento no setor B2B, também foi registrada uma expansão significativa no segmento B2C, principalmente para atender as demandas de trabalho e estudo retomo”, analisa Voltarelli.
Os preços dos computadores também aumentaram em 2021, chegando a 18% a mais do que em 2020. Enquanto os desktops custaram, em média, R$ 3.400 (15% a mais que no ano anterior), os notebooks tiveram ticket médio de R$ 4.371 (crescimento de 18%). “A necessidade de renovação dos computadores para trabalhar e/ou estudar fez com que houvesse um grande aumento das vendas, mesmo com a alta dos preços. Essa tendência de expansão não deve mudar a curto prazo devido ao contexto macroeconômico desafiador e à forte pressão sobre custos logísticos que temos observado nos últimos meses”, explica o analista da IDC Brasil.
Em termos absolutos, o Q4 foi o período com maior número de vendas do ano, chegando a 2,5 milhões de unidades. Já na perspectiva de crescimento, o ápice foi no Q2, quando o mercado de PCs cresceu 60% em relação ao mesmo trimestre de 2020.
Mercado de PCs no 4º trimestre de 2021
De outubro a dezembro de 2021, segundo o estudo IDC Brazil PCs Tracker Q4/2021, foram vendidas 2,5 milhões de máquinas, alta de 26% em relação ao mesmo período do ano anterior e 10% em relação ao Q3 de 2021. Deste total, 2 milhões eram notebooks e 500 mil desktops, números 25% e 27% maiores, respectivamente, do que no Q4 de 2020. Na comparação com o mesmo período, a receita total aumentou 54%, chegando a R$ 11,4 bilhões, enquanto os preços subiram 22%, sendo o ticket médio do notebook de R$ 4.700 (aumento de 23%) e o do desktop de R$ 3.800 (aumento de 17%).
Projeções da IDC Brasil para 2022
Em uma perspectiva geral, a IDC projeta que 2022 deve crescer cerca de 2,4% frente a 2021. Contudo, esse resultado deverá ser diferente entre os segmentos de consumo e corporativo. As vendas no varejo devem diminuir 2,7% devido à alta de preço dos dispositivos, à inflação que afetará o poder de compra do consumidor e à redução da demanda mais urgente por computadores para a manutenção do trabalho e estudo. Já no segmento corporativo, as expectativas são de um avanço contínuo, podendo chegar a 9,7% de crescimento. Entre as razões do aumento, estão uma sólida percepção de avanço dos projetos de educação e uma retomada mais forte do segmento de PMEs.
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