Acompanhando o avanço de novas tecnologias, ainda é preciso estimular uma visão estratégica sobre a área de TI, para que a inovação corresponda às expectativas e provoque os resultados desejados.
Não há como questionar o fato de que os últimos anos foram de extrema relevância para a consolidação de novas soluções tecnológicas. Pelas mais diversas razões, muitas empresas optaram por acelerar o investimento em automação, a fim de simplificar o cotidiano operacional e alcançar um nível elevado de desempenho e produtividade. Entretanto, é preciso ir além no debate e adotar uma visão ampla sobre o tema: como enxergar o TI com a devida abordagem estratégica tem contribuído para um cenário tão receptivo à inovação? A resposta, apesar de complexa, indica um futuro bastante promissor para os que buscam permanecer atualizados ou até mesmo realizar o primeiro passo rumo à digitalização.
Nesse sentido, é natural que, geralmente, o foco fique centralizado nos benefícios técnicos e processuais a serem conquistados por meio da Inteligência Artificial (IA). O que alguns deixam passar é a importância de se conduzir uma transformação cultural no âmbito interno, no intuito de que os colaboradores, maiores protagonistas nesse contexto, possam absorver os insumos produzidos pela presença da máquina.
A tecnologia, partindo do próprio pressuposto de disrupção, não representa um elemento estático na rotina de operações. Isto é, trata-se de uma condição compatível com a realidade do negócio, sempre de acordo com as demandas identificadas. Além disso, se a ferramenta escolhida for escalável, o gestor não terá que realizar gastos exorbitantes para mantê-la no auge em termos de eficiência e modernidade. Ademais, essas são variáveis que precisam pautar organizações interessadas no universo digital, auxiliando na construção de uma nova concepção sobre o departamento de TI.
O que mudou sobre o papel do TI?
Se por um lado, atualmente, a tecnologia tem abraçado cada vez mais segmentos no campo empresarial, abrindo espaço para que funções e cargos sejam preenchidos por profissionais da área de Tecnologia da Informação, assim como exigindo, em relação às lideranças, um certo nível de investimento em infraestrutura, é possível afirmar que o cenário nem sempre foi assim. Retornando para outros tempos, não era incomum identificar empresas com nenhuma presença de especialistas no assunto, tampouco fazendo uso de soluções tecnológicas.
O estigma de setor secundário, postergável ou até mesmo superficial dificultou, por anos, que determinadas companhias obtivessem benefícios exclusivos à tecnologia. Seja por pré-julgamentos e, talvez, uma noção equivocada de que a inovação é um componente inalcançável, encontrado somente em grandes corporações, através de gastos exorbitantes – fato é que essas justificativas apontam para uma realidade que deve permanecer no passado.
Nesse sentido, o trabalho de conscientização ainda é longo, na medida em que uma parcela significativa de organizações ainda apoia seus procedimentos em sistemas manuais, quando poderiam automatizar essas etapas em prol de um crescimento saudável dentro de seus respectivos mercados. Outra missão alinhada com essa finalidade é desmistificar o protagonismo humano ante o avanço tecnológico. Em resumo, não se trata de substituir as pessoas, mas de respaldá-las com artifícios seguros e assertivos, mitigando erros e valorizando a capacitação dos envolvidos, que terão tempo hábil para atuar em atividades estratégicas.
Para concluir, respondendo à pergunta que intitula o artigo, destaco o bom momento que o mercado de tecnologia se encontra no Brasil, possibilitando a afirmativa de que essa concepção quanto à importância do departamento de TI tem evoluído a passos largos. Seguindo nesse ritmo, em que o suporte especializado e a implantação de ferramentas digitais continuarão a formar empresas disruptivas, podemos olhar para o futuro com mais otimismo, e sem dúvidas, os consumidores serão os maiores beneficiados.
Por Caio Delgado, sócio e líder de desenvolvimento da Nextcode.
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