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O impacto da refrigeração líquida no projeto e na operação do Data Center sustentável

Para atender à crescente demanda por capacidade de computação e serviços digitais, os Data Centers estão ficando maiores – de 10 ou 20 MW há cinco anos para os atuais 100 ou 200 MW. Muitos dos novos Data Centers de grande porte estão sendo construídos por provedores de colocation, modelo em que os clientes alugam e compartilham o espaço e a capacidade de computação no Data Center. Está muito acelerado, também, o mercado dos Data Centers “hyperscale” como as plantas que suportam os negócios do Google, Amazon e Microsoft, as grandes Nuvens do planeta. Novas tecnologias com uso intenso de energia, como as redes móveis 5G, a Inteligência Artificial (IA) e a computação de alto desempenho exigirão ainda mais dos Data Centers.

Atender a estas demandas é um desafio. Os Data Centers se encontram sob crescente pressão para fazer mais com menos. É essencial proporcionar mais capacidade de computação ao mesmo tempo em que se reduz o consumo de energia e a pegada de carbono.

Um dos principais diferenciais do Data Center sustentável é a eficiência e a eficácia de seus sistemas de refrigeração. Inovações tecnológicas como a refrigeração líquida podem ajudar os Data Centers a reduzir suas emissões de carbono. A refrigeração líquida requer menos energia para refrigerar os Data Centers do que o uso de ar para controlar as temperaturas. A tecnologia ainda se encontra em uma etapa inicial. Entretanto, deve crescer rapidamente nos próximos dois anos.

Estudo recente realizado pela Omdia, uma empresa de pesquisas na área de tecnologia, prevê que haverá um forte crescimento na adoção de sistemas de refrigeração líquida. Isso inclui a “refrigeração por imersão”, na qual servidores e outros equipamentos de TI serão submersos em líquidos refrigerantes em tanques. Outra inovação é a refrigeração “direta para o chip”. Nesse caso, o líquido refrigerante é alimentado sobre os chips dos computadores em equipamentos de data center. O estudo da Omdia indica que opções como estas deverão dobrar de participação de mercado até 2024.

Para produzir frutos, a refrigeração líquida precisa ser aplicada a dispositivos de TI que possam ter refrigeração líquida. São equipamentos habilitados para suportar refrigeração líquida direta para o chip ou para dispositivos de TI. Uma segunda aplicação diz respeito à computação de alta densidade – a refrigeração líquida pode ajudar essa infraestrutura a se tornar mais eficiente energeticamente.

Planeta verde, Data Center verde
Todas essas transformações acontecem em um momento em que o setor de Data Centers está exposto a um maior escrutínio do seu impacto na sociedade e no meio ambiente. Governos em todas as geografias estão cada vez mais cientes da pegada de carbono do setor, estimado em um por cento de todo o consumo mundial de eletricidade. Alguns especialistas acreditarem que esse percentual possa ser maior.

Na Europa, especialmente, há um interesse crescente por parte dos reguladores em relação ao impacto ambiental do data center (incluindo o uso de energia e de água.

É importante destacar que o mercado global de Data Centers já conta com padrões para a eficiência energética, como o código de conduta europeu para eficiência energética em Data Centers.

Iniciativas voluntárias por parte da indústria – caso do Pacto de Data Center Neutro para o Clima – estão unindo os provedores de infraestrutura de nuvem e os operadores de data centers. Na Europa, a meta é tornar os data centers neutros para o clima até 2030.

Mais organizações estão se comprometendo a reduzir suas emissões de carbono. A Microsoft, dona da nuvem Azure, por exemplo, prometeu tornar-se carbono “negativa” até 2030. Isso quer dizer que a empresa de software removerá mais carbono da atmosfera do que produzirá.

A economia cada vez mais digitalizada depende do data center para acontecer. Mas a preservação da vida exige um Data Center projetado e operado segundo as melhores práticas de sustentabilidade. Trata-se de identificar os detalhes do desafio trazido pelo data center e construir, de maneira consultiva, um projeto inovador. A meta é reduzir o consumo de energia e a emissão de carbono. O uso de refrigeração líquida insere-se nesse contexto, e vale a pena ser estudado.

Por Nigel Gore, gerente sênior para gestão de ofertas na Vertiv.

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