Ao publicar em dezembro o decreto 10.900, que estabeleceu o Serviço de Identificação do Cidadão (SIC), o Governo Federal estabeleceu, entre outras coisas, que o CPF passa a ser considerado como o principal número de identificação de uma pessoa nas novas carteiras de identidade. A medida inibe a oportunidade de fraudes como a retirada de documentos de identidade (RGs) com nomes diferentes em vários Estados. Além disso, a iniciativa é comemorada por startups e empresas de tecnologia por ser mais um passo na direção de um sistema que permita a integração entre os diversos bancos de dados de órgãos governamentais e facilita a certificação da veracidade na autenticação dos dados.
Para o CEO do Kronnos, plataforma SaaS para compliance, que realiza pesquisas em mais de 3.500 fontes para conferir a idoneidade de pessoas e empresas, Alexandre Pegoraro, a padronização do CPF como informação mais relevante para identificação das pessoas tem o potencial de, num primeiro momento, agilizar o processo de conferência a respeito da veracidade das informações referente às pessoas.
“Essa medida elimina uma etapa no processo de verificação já que até o momento, uma das necessidades é conferir se os RGs apresentados em determinadas situações realmente pertencem às pessoas que os apresentam, sendo que isto geralmente é feito com a comparação entre os dados do RG e do CPF. Uma vez que isto não será mais necessário, as pesquisas se tornarão mais rápidas e apresentarão um nível de acurácia superior”, diz.
Baseada em tecnologias de ponta para mineração de dados e crawling, o Kronoos consegue pesquisar em minutos junto à Receita Federal, Tribunais de Justiça, Diários Oficiais, Listas Restritivas, Birôs de Crédito, Dados Cadastrais, sites da ONU, OFAC, INTERPOL e outras instituições, apontando o envolvimento de pessoas e empresas em casos de fraudes, corrupção, lavagem de dinheiro, terrorismo, crimes ambientais ou emprego de mão de obra escrava e infantil, entre outros problemas.
Já o Diretor de Produtos e Sucesso do Cliente da Neurotech, empresa especialista na criação de soluções avançadas de Inteligência Artificial, Machine Learning e Big Data, Fabio Kruzich, argumenta que a padronização do CPF como referência é uma iniciativa que auxilia ao setor de concessão de crédito tanto no que se refere aos sistemas antifraude quanto relacionada à alimentação dos softwares de análise de crédito.
“O volume de fraude sempre foi um ingrediente encarecedor do crédito no Brasil e qualquer movimento que venha para inibir os golpes causa impacto positivo neste sentido. Além disso, o Open Banking trará como principal benefício a possibilidade de as empresas conhecerem melhor o histórico de seus clientes e, assim, poderem desenvolver produtos e serviços personalizados. Neste sentido, a acurácia quanto a identidade dos consumidores se torna um fator da mais alta relevância”, diz.
Além do decreto, o Senado já havia aprovado no final do ano passado o projeto de lei (PL 1.422/2019) que estabelece que CPF será o “número único e suficiente” para identificação do cidadão brasileiro em todos os bancos de dados do poder público.
Leia nesta edição:
CAPA | TECNOLOGIA
Centros de Dados privados ainda geram bons negócios
TENDÊNCIA
Processadores ganham centralidade com IA
TIC APLICADA
Digitalização do canteiro de obras
Esta você só vai ler na versão digital
TECNOLOGIA
A tecnologia RFID está madura, mas há espaço para crescimento
Baixe o nosso aplicativo