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O “novo normal” já está entre nós

Em 2020 e 2021, a incerteza dominou a pauta em todo o planeta. A pandemia, suas diferentes ondas e variantes, impactaram diretamente a economia mundial e os hábitos da sociedade, trazendo o início do que podemos chamar de “novo normal”. O que se esperava para a era pós-Covid, na verdade, já está entre nós. Mais do que uma tendência, se tornou realidade em todos os mercados, com diversos segmentos precisando se reinventar para seguir vivos no ecossistema contemporâneo.

Na contramão da maioria, houve uma área que ganhou musculatura nesse período e que promete se desenvolver ainda mais no próximo ano. O isolamento social, com o consequente aumento do home office e das atividades online, fez crescer vertiginosamente a adesão a novas tecnologias, colocando a TI em posição de destaque. Somente no Brasil, levantamento da IDC Telecom prevê alta de 11% para esse mercado, movimentando cerca de U$ 4,7 bilhões.

No recorte para o segmento corporativo, que contempla software, serviços e hardware, a previsão é de um crescimento de 10%. Um dos protagonistas do setor foi o Software-as-a-Service (SaaS) — Software como um serviço, em uma tradução livre. Serviço que movimenta um mercado de US$ 150 bilhões de acordo com pesquisa da Redirection, o SaaS reúne uma gama de ferramentas e soluções via Internet e ambiente de cloud que dispensa a instalação, atualização e interrupções em seus assets.

Com a pandemia ainda em curso, fica difícil fazer qualquer projeção frente à incerteza das condições sanitárias no próximo ano. Por outro lado, como lembra Bradon Medford, analista-sênior do Gartner, diante da insegurança sanitária, “empresas têm avançado seus cronogramas em iniciativas digitais, transportando seus modelos de negócios para a cloud em um esforço de modernizar ambientes [de trabalho], aumentar a eficiência e segurança na rede da empresa, e dar respostas às novas realidades”.
Em vista do sucesso da ferramenta SaaS e seu mercado cada vez maior entre médias e pequenas empresas — cerca 80% de adesão, segundo seus CEOs, separamos algumas tendências para ficar de olho em 2022.

Inteligência Artificial (IA)
Em um mundo em que tudo que assistimos, interagimos e compramos têm um dedinho das “máquinas inteligentes” em nossas escolhas, com o SaaS não seria diferente. Seja para criar respostas automáticas e agilizar o atendimento ao cliente, seja para encontrar falhas de segurança na rede da empresa, o SaaS é perfeito para otimizar processos que levam semanas, às vezes meses, de trabalho. E mais: permite que haja alto grau de personalização de ferramentas e preferências nas plataformas, tornando as tarefas rotineiras muitos mais prazerosas. Tudo graças ao famoso Machine Learning, ou aprendizado de máquina. Não à toa, uma pesquisa do Gartner aponta que, até 2025, 10% de todos nossos dados serão produzidos por IA e a maioria de nossas interfaces vão funcionar de maneira autônoma.

Blockchain
Conhecida pelos investidores de criptoativos, essa tecnologia também está disponível para o SaaS. Organizada em um Blockchain, ou seja, uma cadeia de blocos intercomunicáveis, a inovação protege ao mesmo tempo que agiliza as transações entre parceiros e clientes de diversos segmentos – do jurídico ao alimentício e à logística –, criando satisfação e confiança entre os dois elos da cadeia. A tendência de crescimento do uso da ferramenta é tão grande que, para três quartos dos executivos globais ouvidos pela Deloitte, entre 2026 e 2031 criptoativos representarão uma alternativa monetária para empresas e consumidores fazerem negócios.

SaaS Vertical
Indicado para empresas que atendem um nicho específico (saúde, educação, agro etc.), o SaaS vertical pode ser entendido como um conjunto de soluções para otimizar as respostas em um mercado restrito e superconcorrido. Embora esteja a menos tempo no mercado, modelos de negócios utilizando essa modalidade quase triplicaram na última década. A explicação para esse sucesso está na adaptabilidade e na flexibilidade, que auxiliam na organização dos fluxos de trabalho, tornando-os compatíveis tanto com as equipes como com a agilidade de resposta necessária aos clientes.

Pay-per-Use
Velho conhecido do mercado, o sistema Pay-per-Use — literalmente, pague para usar — é uma ferramenta que vende a experiência para o consumidor sem pedir compromisso do cliente em troca. Mercado em franca expansão, o Pay-per-Use é uma excelente maneira de reduzir gastos com insumos e logística desnecessários nas empresas, ao mesmo tempo que apresenta um preço mais atrativo ao cliente. Não bastassem suas vantagens de logística, recentemente, o modelo foi apontando no Journal of Cleaner Production, como uma das melhores formas para fomentar hábitos de consumo sustentáveis.

Acesso Mobile
O futuro está na palma de nossas mãos. Se hoje pedimos comida, agendamos viagens e temos controle de nossa vida financeira por meio de app, para o SaaS não seria diferente. Disponibilizando uma comunicação assertiva e segura para equipes e colaboradores, a tecnologia se destaca por dispensar uma plataforma própria para a empresa e focar suas atividades que acontecem dentro do ambiente da nuvem. Nos últimos dois anos, modelos de negócios com base em aplicativos ou serviços de mensageria, como o WhatsApp, têm trazido ótimos resultados para as empresas, como mostra o Panorama Mobile Time/Opinion Box.

Entre tecnologias, avanços e projeções, as ofertas de SaaS vão continuar entre os destaques do mercado de TI, dando aos líderes das mais diferentes áreas de uma empresa um novo prisma para negociar e gerenciar contratos e demandas. Conectado e integrado às principais soluções do mercado, o software como serviço representa uma evolução na corrida pela transformação digital, ajudando a solucionar problemas de gestão e a criar uma experiência única de atendimento ao cliente. Com essa combinação, no velho ou no novo normal, se destaca como o grande protagonista para 2022, habilitando um infinito de possibilidades.

Por Donisete Gomes, CEO da Movidesk.

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